cookieOptions = {msg}

Páginas

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Minha expectativa para a Wrestlemania 37

 


Após um ano inteiro sem poder ter fãs de verdade em seus shows por conta da pandemia de COVID-19, as plateias finalmente irão voltar na WWE, mesmo que seja em apenas por um evento: A Wrestlemania 37, que assim como a 36, também é "muito grande para uma noite só" e vai acontecer nesse fim de semana, nos dias 10 e 11 de abril no Raymond James Stadium (local que seria originalmente a Wrestlemania 36 antes da pandemia começar), a expectativa deles é de 45 mil pessoas nas duas noites. Como a WWE irá recepcionar os fãs após tanto tempo sem eles? Será que vai valer a pena pegar coronavírus para ver essa Wrestlemania no estádio? Pra mim não.  
 
Em meus quase 10 anos assistindo WWE consecutivamente eu não me lembro de um Road to Wrestlemania tão fraco e sem graça como esse (talvez o de 2015 chegue lá) e olha que a Wrestlemania do ano passado aconteceu no início da quarentena diretamente do pequeno e sem graça peformance center, nos tirando momentos como a entrada da primeira luta um contra um de Edge após nove anos sem lutar, a comemoração da galera após a vitória de Drew McIntyre contra Brock Lesnar, a última luta de Undertaker e a entrada do Fiend na Wrestlemania (apesar que eu não trocaria a Boneyard Match e a Firefly Fun House por essas experiências) e ainda assim foi um show interessante mesmo com as limitações, agora para a Wrestlemania 37 nada (ou quase nada) me anima. 
 
O lado do Smackdown nessa Wrestlemania 
 

O Smackdown sem dúvida vem melhor para essa Wrestlemania, trazendo grandes combates como o campeão Universal Roman Reigns (que vem quebrando tudo após ter retornado como vilão) o vencedor do Royal Rumble Edge (que virou meio que vilão, que é seu melhor lado) e Daniel Bryan (que mais uma vez se enfia no evento principal da Wrestlemania quando não tinha nada a ver com ele); Cesaro vs Seth Rollins que trás a esperança de que finalmente o Cesaro será tratado com seriedade; Sami Zayn (que vem sendo a melhor parte da WWE com seu personagem de conspiracionista) lutando contra o seu inimigo eterno na WWE, Kevin Owens, com a presença do youtuber Logan Paul (pra quê? Não sei, mas deixa quieto). Essas lutas tem tudo para serem as melhores da noite e são as que eu espero mais. 
 
 
Quanto a Sasha Banks vs Bianca Belair sem dúvida será um combate interessante. As duas tem características similares no quesito da personalidade e habilidade no ringue, mas a rivalidade não está sendo lá essas coisas, ficou muito tempo focada em coisas bestas como o Reginald e a história de "será que elas conseguem coexistir?" colocando elas para lutar contra as campeãs de duplas Shayna Baszler e Nia Jax ao invés de focar na rivalidade individual. 
 
Hoje foi anunciado que essa luta será o evento principal da primeira noite da Wrestlemania, o que faz sentido considerando que Bianca venceu o Royal Rumble, mas a rivalidade apresentada não teve esse ar de evento principal, o que me faz pensar que a WWE não planejava essa luta como a última luta, mas virou a última luta por conta das movimentações das pessoas no Twitter pedindo Bianca vs Sasha como evento principal, o que é ruim pois vai alimentar a narrativa machista de que a WWE "só fez isso pra lacrar" que aparece todas as vezes que uma luta feminina vira evento principal. Apesar disso, é um combate que pode entregar bastante no quesito wrestling, já que as duas são muito boas.
 
O que acho que acontece?  
 
Sasha Banks (c) vs Bianca Belair pelo título feminino do Smackdown: Entre Sasha Banks e Bianca Belair acredito que Bianca acabe vencendo colocando ela como a maior estrela da divisão feminina e Sasha Banks como a principal vilã 
 
Cesaro vs Seth Rollins: Cesaro vs Seth Rollins acho que seria muito justo uma vitória do Cesaro para dar a ele uma chance de ascender no card e quem sabe lutar e vencer o título mundial (sonhar não custa nada, né?) 
 
Sami Zayn vs Kevin Owens: Quanto a Sami Zayn vs KO, eu acredito que o KO vence, mas queria o Sami Zayn, mas provavelmente o Logan Paul (que estará na Wrestlemania) vai interferir e dar Owens a vitória. 
 
Roman Reigns (c) vs Edge vs Daniel Bryan pelo título universal: Já no evento principal da noite 2 (quem estamos enganando, né?) eu acho que deveria ser Roman Reigns a vencer e continuar seu reinado como o chefe da tribo, mas com a inserção de Daniel Bryan na luta acredito que a vitória deva ficar com Edge, que recém virou vilão e também merece um último reinado como campeão na sua casa azul, para assim quem sabe perder para Cesaro no futuro.   

Big E (c) vs Apollo Crews pelo título intercontinental: Uma luta que não falei sobre pelo motivo de não me importar com ela, mas tenho que admitir, o novo personagem do Apollo Crews está até legal de se ver (mas aquele sotaque tá difícil de engolir) e o Big E tem tido seu vôo solo e está bem interessante, acho que é uma luta que nenhum dos dois poderia perder (por isso nem era pra ter sido feita para a Wrestlemania), mas acho que como vai ter uma estipulação aleatória que o Apollo inventou, ele deve acabar levando o título e o Big E tendo a chance de crescer para o evento principal, ou voltar para a New Day no RAW.
 
O lado desapontante do RAW
 
 
Que o RAW era cheio de problemas e era bem complicado de assistir, até mesmo antes da pandemia, isso todos sabemos, mas com a pandemia esses problemas se acentuaram. Com resultado disso a audiência caiu bastante (se bem que ela já vinha em queda nos últimos anos) e Vince McMahon resolveu se meter ainda mais no show, que só causou dor de cabeça, e eis aqui o resultado: 

Drew McIntyre estava tendo seu segundo reinado até o Elimination Chamber e parecia que enfrentaria seu ex amigo Sheamus na Wrestlemania, mas aí do nada Bobby Lashley atacou o campeão, possibilitando The Miz de finalmente usar a pasta do MITB e conquistar seu tão aguardado segundo reinado como campeão da WWE, mas durou pouco, já que foi revelado que MVP havia feito um trato com Miz de derrubar o campeão na condição de Bobby Lashley receber uma chance pelo título. Miz e Morrison inventaram várias maneiras de escapar disso na primeira semana, mas na segunda não teve jeito e Bobby Lashley virou campeão da WWE após 17 anos de carreira. 

 
Após isso, Drew McIntyre destruiu Cedric Alexander e Shelton Benjamin, que acabaram expulsos do Hurt Business por não destruírem o desafiante, enquanto isso, Bobby Lashley e MVP propuseram pra qualquer lutador do RAW um acordo: Tire Drew McIntyre da Wrestlemania e enfrente o campeão no maior palco de todos. Quem aceitou? Baron Corbin, que atacou Drew no RAW da semana passada e se aliou a Bobby Lashley. 

Pra mim o primeiro erro de toda essa história foi ter avançado o cash in do Miz e a vitória de Bobby Lashley, poderiam facilmente deixar Drew e Sheamus terem um combate incrível na Wrestlemania (afinal são dois lutadores que se conhecem muito bem, e suas lutas até aqui provam que quando eles se enfrentam sai coisa boa) mas com todo esse desespero em tornar o caminho para a Wrestlemania "imprevisível" Vince McMahon acabou matando dois reinados de campeão que seriam ótimos: O cash in do Miz após a Wrestlemania seria um respiro de novos ares no RAW e possibilitaria dele ter um reinado maior que 1 semana; no decorrer do ano Bobby Lashley poderia vencer o MITB 2021 e fazer o Hurt Business dominar o RAW pelo menos até a próxima Wrestlemania, mas acabaram preferindo por matar o melhor grupo do roster principal da WWE desde o Shield e o New Day por bobagem. 


 
Além disso a outra luta principal do RAW é The Fiend vs Randy Orton. Eu tenho uma relação de amor e ódio com essa rivalidade, acho que juntar Bray Wyatt e Alexa Bliss está no top 5 decisões corretas da WWE em 2020, mas ao mesmo tempo eu não gosto de aspectos dessa rivalidade, especialmente os momentos "macabros" que tentam passar pra nós como Randy Orton vomitando uma substância preta, todo dia Alexa Bliss e Randy Orton tentando se queimar com gasolina e etc, acho esses momentos bem mais "vergonha alheia" do que "ai que meda", mas o retorno do Fiend todo queimado eu achei bem interessante, e acho que essa luta terá uma mistura de efeitos cinemáticos e será uma Firefly Fun House "ao vivo", inclusive acho até que poderia ser o evento principal da noite um, já que foi a rivalidade com mais destaque dado pela WWE (mesmo muitas vezes não merecendo) no RAW nos últimos meses e que tem o potencial de ser diferente, mas já foi anunciada para a segunda noite.
 
O que acho que acontece? 
 
Bobby Lashley (c) vs Drew McIntyre pelo título da WWE: Eu queria que todas as cagadas com a Hurt Business fossem desfeitas e Cedric Alexander e Shelton Benjamin só voltassem pro grupo ajudando o Lashley a reter contra o Drew, mas não acredito que a WWE nos fará essa boa ação, então Drew McIntyre finalmente vencerá o título na frente de fãs (o que ele totalmente merece, mas ele não deveria vencer essa luta). 
 
The Fiend vs Randy Orton: A única coisa que espero dessa luta é que ela vire uma Firefly Fun House no meio, já que não faz sentido uma rivalidade que só teve efeito especial não ter efeito especial na luta mais importante, já o final é óbvio, The Fiend destruirá Randy Orton. 
 
Asuka vs Rhea Ripley pelo título feminino do RAW: O reinado da Asuka está bem frustrante e a divisão feminina precisa de uma nova vida, e apesar de achar que Rhea Ripley sem dúvida irá ajudar nisso, acho estranho ela não ter ganho a chance de um jeito diferente como numa battle royal ou uma luta pela chance do título, qualquer coisa seria melhor do que fizeram, que foi nada.
 
Miz e Morrison vs Bad Bunny e Damian Priest: Muita gente reclama da relação da WWE com pessoas famosas de fora, mas nessa situação até que tá legal. O Bad Bunny é um cara que gosta da WWE e aparece toda semana mesmo sendo famoso o suficiente pra não precisar. Muita gente reclama que o Priest está sendo mal utilizado como o guarda costas do Bad Bunny, eu discordo, ele está aparecendo todas as semanas e sendo protegido, fora o fato que ele tem uma luta na Wrestlemania que com certeza irá vencer, é muito melhor isso do que fazerem o que normalmente fazem com estrelas do NXT que vem para o roster principal: Chegam com todo hype do mundo, começam a perder e desaparecem.
 
Matt Riddle (c) vs Sheamus pelo título dos EUA: Não sei e não ligo, a única coisa que espero que aconteça é que enfiem o Jeff Hardy nessa luta para ele entrar na Wrestlemania com a música "No More Words", algo que estamos prometidos de que irá acontecer quando o público voltasse. 
 
New Day (Kofi e Xavier) (c) vs AJ Styles e Omos pelo título de duplas do RAW: Uma pena que Cedric e Shelton perderam seus títulos e suas vagas no Hurt Business para essa luta acontecer, mas ok. Quanto a luta em si, Omos vai fazer sua estreia massacrando a New Day e vencendo o título sozinho, equivalente quando Braun Strowman venceu o título de duplas com uma criança na Wrestlemania 34, e por falar em Braun...
 
Braun Strowman vs Shane McMahon numa jaula de aço: Acho uma rivalidade bem boba e tosca, não ligo pra essa luta, só espero que o Shane voe lá de cima e que o Braun assasine ele rápido para acabar com nosso sofrimento. 

Citei a Wrestlemania 31 no início do post por ser uma Wrestlemania que apesar de ter uma construção fraca, entregou no entretenimento e é relembrada até hoje como uma das melhores da última década, e acredito que é possível que a Wrestlemania 37 consiga a mesma façanha. Tem várias lutas que no papel são muito boas, e claro que tem lutas meio fracas e tem outras que podem acabar com a vibe do evento caso aconteçam de outro jeito, mas ainda tem possibilidade de salvação principalmente porque a expectativa de todos está baixa, o que não é a forma que devíamos nos sentir na véspera do maior evento de luta livre do mundo.

sábado, 3 de abril de 2021

A estreia da F1 na Band: Será que tem futuro?


Após muita expectativa e muita divulgação por parte da emissora, na semana passada finalmente tivemos a estreia da temporada 2021 da Fórmula 1 na Band. Como já noticiado aqui, a emissora paulista adquiriu os direitos das temporadas 2021 e 2022, buscando o fã de automobilismo que se sentia deixado de lado pela Globo após alguns anos de mal tratamento. A Band não poupou esforços para atrair o máximo de atenção possível para a F1: Entrevistaram Reginaldo Leme, Mariana Becker e outros nos programas da casa; prometeram passar o pódio (coisa que a Globo jogou pro GE faz muito tempo); e ainda tentaram atrair o fã mais hardcore de automobilismo exibindo em horário nobre o filme Rush - No Limite da Emoção (um SENHOR filme) que conta a história da rivalidade entre James Hunt e Niki Lauda na Fórmula 1 dos anos 70, contando com comentários de Sérgio Maurício e Reginaldo Leme que estava lá e viu essa rivalidade de perto.
 

A exibição do filme não era apenas para um esquenta da Fórmula 1, mas sim para preparar a faixa das 22h45 para a estreia de Dr House na semana seguinte (no caso ontem), o filme deu entre 1.3 e 1.5 de média.
 
No sábado, 12h, foi ao ar o treino classificatório para o GP do Bahrain, meio que sem muitas expectativas já que a audiência rotineira do horário era na faixa dos 0.5, e nem era uma ideia da Band passar todos os treinos na TV aberta, apenas o primeiro para chamar atenção das pessoas, e deu certo. Com um treino cheio de momentos emocionantes como a rodada de Mazepin que causou Vettel ficando de fora do Q2, ou a dobradinha inesperada da Ferrari do Q2 com Carlos Sainz batendo Leclerc por apenas um milésimo, a pole de Max Vestarppen marcou um resultado modesto, mas satisfatório: 2 de média, 2.5 de pico e venceu a Record no fim do treino, dando uma amostra do que viria no domingo.  
 

No domingo a Band começou cedo com as atividades na F1: Começaram o Show do Esporte as 9h e fizeram um esquenta da F1 com várias matérias, participação de Emerson e Pietro Fittipaldi e a participação do polêmico Nelson Piquet, que deixou sua marca falando AO VIVO "Ainda bem que a F1 saiu da Globo lixo" para o desconforto geral de todos ali presentes (a maioria ex "Globo lixo"). Antes mesmo da corrida começar a audiência já estava alta e só aumentou no decorrer da corrida, que foi muito boa por sinal. A corrida marcou 5.1 de média, 6.2 de pico e chegou a passar a Record (que exibia Todo Mundo Odeia o Chris) por alguns minutos, uma audiência gigante comparada ao índice habitual da Band nos domingos. Vale ainda citar que a Mariana Becker (que sempre foi genial) conseguiu falar exclusivamente com o vencedor da corrida Lewis Hamilton e conseguiu arrancar pérolas dele como ele querer viajar para Natal e os Lençóis Maranhenses (se falar com o Vestarppen dá pra desenrolar).
 
Claro que ainda tem muitas coisas a melhorar, por exemplo a falta de patrocinadores, visto que só a claro anunciou na corrida, mas eles ainda tem mais 2 semanas pra resolver esse tipo de coisa para a próxima etapa, em Ímola, mas com o decorrer da temporada e a consolidação dessa audiência os anunciantes farão fila para a F1. No meu último post sobre o assunto eu apostei que dificilmente a audiência passaria de 2 ou 3 pontos, mas que bom que eu estava errado. Claro que foi só a primeira corrida, mas a transmissão deixou um gostinho de quero mais na boca de todos, é uma transmissão que conversa com quem entende e quem não entende de F1. 
 
E claro que a audiência não foi a mesma que daria se fosse na Globo, porque a verdade é que o que o brasileiro gosta mesmo não é de esporte, é de assistir a Globo (a Libertadores 2020 no SBT não me deixa mentir), mas o fato da F1 marcar uma boa audiência, colocando a Band na briga pela audiência nos domingos é de se ficar muito feliz, mostrando que existe vida fora da maior emissora do país, resta saber se por quanto tempo. 

segunda-feira, 22 de março de 2021

A estreia do Vem Pra Cá no SBT

Em busca de novos ares e mudança, o SBT estreou hoje seu programa matinal para brigar com o Mais Você e o Hoje em Dia. O Vem Pra Cá, que originalmente seria apresentado por Ticiana Villas Boas e Ivan Moré, acabou indo ao ar com Patrícia Abravanel e Gabriel Cartolano, duas figurinhas carimbadas do SBT que entraram por insistência de Silvio Santos e por uma jogada política de Patrícia ("jogada política" lê-se "eu pedi muito pro meu pai dono da emissora me colocar nesse programa") ascendendo as luzes de alerta para o programa. 
 
O programa entrou no ar as 09h30, comendo 1h do Primeiro Impacto, um policialesco que está estável no ar desde 2016 e que as vezes chega até a vencer a Globo no ibope, só que ao invés do programa dar um jeito de manter o público desse jornalístico, eis como o programa começou: Um VT de Patrícia e Cartolano dando volta pelos programas do SBT em busca do seu estúdio, bem parecido com algo que o Danilo Gentili fez na estreia do The Noite em 2014, mas a diferença é que o The Noite é um programa de humor, o Vem Pra Cá não, então o VT só ficou forçado. Após isso eles começaram o programa com uma miss Brasil dando dicas de moda por uns 15 minutos. Não é uma maneira inteligente de começar um programa que recebe de um jornalístico e precisa manter o público, ainda mais com um programa ao vivo, a pauta ideal para começar seria falando sobre uma fofoca ou fazendo um giro de notícias (que após a pauta de moda aconteceu, mas não durou nem 5 minutos e nada de importante foi dito). 
 
Sem dúvida as pautas foram um problema nesse programa: Assuntos desinteressantes como moda e plantas suculentas foram abordados, duraram bastante tempo e não chamaram atenção, não é um olhar interessante para um programa que acabou de estrear. Além disso, as pautas estavam numa ordem completamente equivocada, a história sobre as plantas suculentas começou e nem foi exibida por completo para alguns estados, já que o apresentador Cartolano fez a divisão de rede para estados que tem programas locais as 10h50, 10 minutos antes do programa acabar.
 
O Vem Pra Cá começou completamente deslocado das manhãs da TV brasileira. O fato do programa não começar com notícias ou algo relacionado a jornalismo é completamente insano, um erro muito amador. Além disso as pautas são bem desinteressantes e estão posicionadas de uma maneira errada, parece até que quem idealizou esse programa nunca assistiu um programa matinal na vida. Os efeitos desses erros foram vistos na audiência: 3,4 de média, perdendo para a Record e sendo ameaçado pelos desenhos da Cultura. Claro que o programa por ser ao vivo irá melhorar e mudar a cada dia, e ainda há tempo de salvar, mas mudanças precisam ser feitas e rápido. 

 

domingo, 28 de fevereiro de 2021

4 retornos nostálgicos da televisão brasileira que fracassaram na audiência

 Estudo: pessoas que ficam muito tempo sentadas morrem mais cedo | saúde | ge 

Você se lembra quando você era criança? Sem dúvida uma época especial, não é? Sem responsabilidades a não ser brincar, descobrir o mundo e começar a montar sua identidade, e muitas das coisas que nos ajudam a moldar nossa personalidade são as coisas que assistimos na TV, especialmente pessoas que nasceram nos anos 2000 pra trás. Tudo que vimos na televisão nessa época tem um espaço especial no nosso imaginário, só que com a mudança dos tempos ou por outros motivos, muitas das coisas que passavam antes na TV simplesmente deixaram de passar sem mais nem menos, nos deixando nostálgicos e nos fazendo perguntar o motivo que nenhum canal passa esses programas hoje em dia.

Algumas desses programas não voltaram, mas outros tiveram a sorte de voltar para a TV nos últimos anos, mas seja por um motivo ou outro esses programas acabaram não dando certo no quesito audiência e acabaram saindo do ar, e isso que nós vamos ver hoje: 4 retornos nostálgicos da televisão brasileira que não deram certo 

1- Vídeo Game da Angélica- Globo (2017)  

Angélica comenta especial do 'Vídeo Game': 'Foi uma volta no tempo' | Vídeo  Show | Gshow 

Quem não se lembra do game show televisivo que encerrava o Vídeo Show no passado? O "Vídeo Game" era uma competição entre duplas de artistas apresentados por Angélica. As brincadeiras variavam entre gincanas, prendas, perguntas e respostas e vários outros tipos de coisas sobre novelas da Globo. Os artistas que participavam (normalmente artistas de novelas que estavam no ar) ficavam de segunda a sexta disputando no programa. Era um programa muito divertido e tornava o Vídeo Show um programa interessante, muitas pessoas até assistiam o programa só por causa do game show da esposa de Luciano Huck. Apesar de ser uma atração divertida, a fórmula foi cansando e a Globo foi perdendo na audiência, fazendo o game show sair do ar em Janeiro de 2011 para ser reformulado, voltando ao ar em Abril de 2011 com provas novas e antigas fazendo o programa recuperar parte de sua audiência, mas por conta da gravidez da apresentadora nas suas férias em 2012, o programa acabou saindo do ar, tendo sua última edição no dia 30 de Dezembro de 2011. 

O programa acabou voltando repentinamente ao ar em Novembro de 2017 numa tentativa de salvar o Vídeo Show, que estava em seus dias finais e perdendo para a Record desde 2013, mas os esforços foram em vão, o programa não engrenou e durou apenas 3 semanas no ar. 

2- Pokémon- RedeTV! (2018) 

 Abertura de Pokémon na RedeTV! (2018) - YouTube 

O desenho dos monstrinhos de bolso (que completou 25 anos na semana passada) já tinha passado no Brasil por dois canais antes de chegar na RedeTV! em 2008: Record entre 1999 e 2004 (passagem que foi responsável pelo boom do anime no Brasil e por uma verdadeira guerra de audiência entre Globo e Record, fazendo a platinada rebater comprando Digimon para exibir na TV Globinho) e Globo entre 2005 em 2008 na TV Globinho, mas como as crianças ainda não tinham a facilidade que tem hoje para assistir seus desenhos, o desenho passou também pela RedeTV! em junho de 2008, começando pela temporada clássica da jornada de Kanto no bloco de desenhos TV Kids (que já é nostálgico por si só) e também deu resultado, o desenho chegava a dar entre 4 e 5 pontos e chegava a vencer o SBT no horário. Com o tempo o desenho virou um coringa da programação da RedeTV!, passando por vários horários e funcionando em todos. Esse ciclo durou até 2013 quando a emissora entrou numa grave crise econômica que a fez perder direitos de vários programas, incluindo o Pokémon.  

Após muitos fãs pedirem a volta do TV Kids e do seu carro chefe Pokémon, a RedeTV! finalmente conseguiu conceder o retorno do anime em março de 2018, mas não foi bem como os fãs queriam: Ao invés do TV Kids, Pokémon retornou no genérico "Turma da Pakaraka" com a versão Dolly dos palhaços Patati Patatá e desenhos infantis que nada tem a ver com o público que se mobilizou para assistir o anime. O resultado disso foi o fracasso do retorno, marcando 0,1 de audiência (basicamente 0 de ibope), que não melhorou com o tempo e acabou saindo do ar nos dois horários que estava sendo exibido (as 9h e as 18h) alguns meses depois.  

3- Márcio Garcia apresentador- Globo (2017) 

Tamanho Família | Assista online no Globoplay 

Márcio Garcia teve algumas oportunidades de apresentação na Globo nos programas "Gente Inocente" e "Sem Saída", mas seu grande sucesso mesmo foi na Record no Melhor do Brasil, entre 2005 e 2008, nos sábados a tarde. O programa se consolidou rápido e até chegou a incomodar a Globo por um tempo, mas a emissora líder de audiência no Brasil resolveu acabar com essa ameaça e recontratou o apresentador, que sonhava em ter uma oportunidade de um programa na emissora, mas tudo que ganhou foi um papel de protagonista na novela Caminho das Índias (que ele também acabou substituído por Rodrigo Lombardi) e depois indo parar na geladeira por um bom tempo, fazendo ele e os fãs do antigo Melhor do Brasil se perguntarem quando ele teria a oportunidade de ser um apresentador global. 

Essa oportunidade veio em 2016 quando surgiu o Tamanho Família, que de início foi apenas usado como teste nos domingos para atrasar a volta do Esquenta, mas com o fim definitivo da atração dominical de Regina Casé, Márcio e seu Tamanho Família tiveram a oportunidades de se tornar fixo na grade, no início as coisas corriam bem (até porque qualquer coisa pode ser melhor que o Esquenta) mas com o tempo o programa se revelou chato, morno, sem graça e atrapalhando a audiência da Globo, chegando várias vezes a perder para o Domingo Legal em 2020. Hoje em dia é complicado saber a situação do programa. 

4- WWE: Luta Livre na TV- SBT (2020) 

Web se surpreende com exibição surpresa de WWE no SBT

Se você estava acordado e usando o Twitter na madrugada do dia 28/02/2020 (sexta para sábado) provavelmente ficou sabendo graças a coluna do Flávio Ricco que o SBT havia readquirido os direitos de transmissão da WWE, 12 anos após sua exibição. A WWE tinha sido exibida em Janeiro de 2008 e chegou com o status de uma das grandes novidades do SBT no ano, trazendo um inédito compacto do RAW e Smackdown! com 1 hora de duração cada sendo exibido nos sábados, das 16h até as 18h, com narração de Jarbas Duarte e Michel Serdan. O programa veio com o objetivo de conquistar a vice liderança nos sábados de volta para a emissora de Silvio Santos, o que não acabou acontecendo, mas marcava indicies satisfatórios, entre 5 e 6 pontos de ibope e tinha uma certa repercussão, especialmente entre as crianças. O programa acabou por sair do ar 3 meses depois em Abril por conta de um ultimato do Ministério Público: Exibir o programa depois das 20h (horário condizente com a classificação indicativa para maior de 12 anos que o programa tinha) ou tirar o programa do ar, Silvio Santos escolheu a última (falo mais sobre essa época aqui). 

Em 2020 o programa iria exibir apenas um compacto de 45 min do RAW exibido na segunda feira nos EUA e estava marcado para estrear no dia 11 de Abril, as 19h. A expectativa era boa, ainda mais com a presença de lutadores que marcaram época para quem assistiu em 2008 como Edge, Randy Orton, Rey Mysterio, MVP e outros. Só que como sabemos, no meio de Março foi decretada a pandemia de COVID-19, que obrigou a WWE a fazer shows sem a presença de público, e se você já assistiu WWE, sabe que a plateia é muito importante para criar uma atmosfera para as lutas e as histórias contadas nos ringues. Com isso, a WWE que os nostálgicos conheciam de 2008 cheio de agitação, fogos e energia de uma arena lotada ficou vazia, numa arena pequena e sem a energia característica que cativa os fãs, tornando sem graça para quem não conhece. 

Além disso, as diversas mudanças de horário sem aviso prévio de Silvio Santos não ajudaram o programa a se consolidar. Vejamos aqui alguns dos horários que a WWE rodou no SBT em 2020:

11/04 (sábado): 19h (após o Raul Gil)

13/04 (segunda): 14h15 (reprise do primeiro programa) 

30/04 (quarta para quinta): 2h00 (Uma luta entre o intervalo do fim do The Noite e o início do Operação Mesquita) 

Algum momento em Maio (seg a sex): 3h (entre o intervalo do fim do Operação Mesquita e o início da reprise do SBT Brasil)

30/05 (sábado): 0h15 (Após o Bake Off: Cereja do Bolo) 

06/06 (sábado): 2h45 (Após uma reprise do Triturando)

Algum momento em Junho (seg a dom): 04h (No intervalo entre a reprise do SBT Brasil e o início do Primeiro Impacto) 

08/08 (sábado): 01h30 (Após o Notícias Impressionantes) 

05/09 (sábado): 02h30 (Após o Notícias Impressionantes) 

31/10 (sábado) 02h (Após o Notícias Impressionantes) 

19/12 (sábado) 1h30 (Após o Notícias Impressionantes)

26/12 (sábado) 1h45 (Após o Notícias Impressionantes) 

O dia 26/12 foi a última edição do programa, que não teve seus direitos renovados pelo SBT e saiu do ar com uma audiência média de 2 a 2,5 pontos no ibope da madrugada, que não é um indicie ruim considerando o horário, mas para as expectativas que o SBT originalmente tinha no programa quando passava de 19h é um número fraco, que com certeza pesou para a não renovação do acordo entre WWE e SBT.