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quinta-feira, 29 de junho de 2017

A treta do são joão: Forró VS Sertanejo


O São João já passou (aqui ainda tem mais uma semana, infelizmente) mas as confusões continuam sobre o que podemos dizer sobre a treta (ou uma das) do mês: Forró vs Sertanejo.

Tudo começou quando depois de seu show no São João de Campina Grande, Elba Ramalho e vários outros artistas da terra começaram a criticar a organização do evento por trazer músicos sertanejos para a festa, com o argumento de estar quebrando uma tradição, que é ter artistas de Forró predominando nos shows.   

Aí a situação fica pior quando foi divulgado um áudio (Temer não gostou disso) do Alceu Valença, forrozeiro de tradição aqui, falando que reprovava a vinda de artistas como a Marília Mendonça pra cá porque o sertanejo é "música pra bêbado", a Marília respondeu falando que ela estava lá por desejo do povo e tals, ou seja, o pau quebrou, o bicho pegou, as coisas ficaram sérias, mas será mesmo que vale tudo isso?

As coisas mudam, os anos passam, as pessoas crescem e o mais importante é que tudo se renova, então ver esse discurso saudosista/exclusivista da Elba e de outros artistas é um pouco triste, mas o que eles não perceberam é que o próprio São João já deixou de ser aquele showzão de forró muito antes deles pensarem em reclamar, se você pegar o estilo do forró hoje, você vê uma pegada eletrônica e frenética, que é MUITO diferente do forró pé de serra calmo pra dançar colado que eles fazem.    

E por falar em forró hoje em dia, se você comparar, o ritmo também tá cada vez igual ao sertanejo universitário, usa a mesma batida, aborda os mesmos temas, e tem o mesmo público: cachaceiros, então porque a briga? Poxa, uma das coisas que mais vejo nas ruas aqui de Campina é aqueles carrinhos de som tocando forró, onde o pessoal faz cover de músicas do Luan Santana, Jorge e Matheus e etc. Ou seja, o problema é só com o pessoal experiente da coisa, e sinceramente, só tem um motivo da raiva deles: Dinheiro, porque perdendo o espaço pra esse pessoal do sertanejo, significa menos cachê pra os figurões do forró.   

E por fim, devo dizer que a Marília Mendonça está certa (nunca achei que ia compactuar com aquela mulher) o São João mesmo com toda tradição, acima de tudo ainda é um show montado por empresários visando o lucro, então se artistas como o Wesley Safadão e Marília Mendonça são queridos pelo público, serão chamados sempre, quer quem goste ou não, o jeito pra artistas da velha guarda é engolir o orgulho e o egoísmo e aprender a dividir o holofote com pessoas de outro ritmo, porque no final o que importa não é a opinião desse pessoal e sim do público.  
  

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Review do álbum Murmur- R.E.M. (1983)


Resolvi voltar ao blog pra fazer uma coisinha que sempre quis fazer, reviews. Eu já tinha feito review do álbum mais recente do Pixies e tava louco pra repetir a dose com outra desse estilo, mas uma coisa me faltava, que era tempo, mas adivinhem só, com feriados e tudo mais, esse fim de semana vai ser bem movimentado aqui no blog, já que essa não vai ser a última review da semana (wait and you'll see).    

Mas vamos parar de falar sobre a review em si e falar do objeto que será dissecado aqui hoje, com vocês, um dos meus álbuns de Rock Alternativo que mais gosto e o meu favorito do R.E.M., o Murmur, e depois dessa review, você vai entender por que.      

1- Radio Free Europe: Todo álbum tem que ter um começo forte, uma coisa memorável, e já que pro R.E.M. essa música era a ''primeira'' em todos os sentidos, nada melhor fazer bem feito, não? A música é bem envolvente, os vocais do Michael Stipe aumentam o tesão pela música, e é um dos primeiros sucessos da banda, então começamos bem a jornada.  

2- Pilgrimage: Nada nesse álbum grita anos 80 mais do que essa música, uma guitarra leve e mais rápida, com um ritmo bastante gostoso de acompanhar, esse som vai te passar sensações boas, como se você tivesse ganhado alguma coisa (pelo menos é assim que eu me sinto toda vez que eu escuto).   

3- Laughing: A história de uma música quando alguém ligou a luz do quarto e teve uma crise de riso, mas isso pouco importa, porque a melodia te leva pelo nonsense dessa música, e a viagem até não é ruim.   

4- Talk About the Passion: Diria que a primeira música de ''bad'' do álbum, a letra é um pouco melancólica, falando de pessoas que tiram suas próprias vidas por não aguentarem o peso que o mundo coloca sobre seus ombros, mesmo com só apenas alguns versos, a música consegue segurar a atenção.   

5- Moral Kiosk: A música mantêm o padrão do álbum até aqui, com uma melodia contagiante e um refrão que gruda bem na cabeça, nada de incomum até aqui.

6- Perfect Circle: Por falar em melancolia, chegamos a uma das melhores músicas na minha opinião, essa música consegue ser uma música melancólica feliz, com seus arranjos de piano, a música ao invés de te deixar triste, te faz pensar, viajar para o futuro e sentir até um pouco de medo.   

7- Catapult- Pra mim, uma das músicas mais grudentas desse álbum, o refrão gruda que nem chiclete, e sinceramente, depois de escutar algumas vezes, é impossível não cantar alucinadamente com o Stipe ''CATAPULT (catapult)''. 

8- Sitting Still- Sabe quando a música é boa do início ao fim? Eu já vi nesse álbum músicas que só são chicletes por causa da melodia, ou o refrão, essa música aqui é boa em todas essas partes, e ainda tem uma letra legal.    

9- 9-9-  Essa música é mais uma das tantas desse álbum que tem um refrão que além de pegajoso, tem belos arranjos envolvidos no meio, que transformam essa música em lasanha para os meus ouvidos, além do trocadilho com o nome e a posição que colocaram ela no álbum (mesmo sendo besta, me fez rir horrores).   

10- Shaking Through: Pra mim é a melhor música do álbum, é o tipo de som que você só aumenta o volume e se você tiver dirigindo, acelere como nunca (não faz isso que você pode atropelar uma velhinha) porque se você não acelera, a música acelera pra você, é verdadeiramente um hino, pena ser tão subestimada.  

11- We Walk- AI WE WALK, essa música já foi trilha sonora de muitas coisas na minha cabeça (a maioria era momento feliz) porque essa música tem essa energia de domingo de manhã, um cafezinho no campo e tudo de bom que existe e possa existir nessa encarnação está nessa música.  

12- West of the Fields: Infelizmente é a última canção do álbum, e ela traz toda essa melancolia de fim de álbum com uma música que não é triste, mas te faz viajar, como Perfect Circle, mas é um ótimo final para um ótimo álbum.   

O Murmur pra mim é o melhor álbum do R.E.M. por trazer toda essa boa energia com suas melodias e refrões gostosos de se ouvir, mas tirando esses motivos mais pessoais, pra levar essa review pra um lado mais crítico, eu diria que o Murmur teve sua importância porque além de ser o primeiro álbum, apresentou ao mundo ao estilo moleque (pelo menos na época) do R.E.M., e ''popilizou'' (eu sei que a palavra certa é popularizou, mas não ia ter o mesmo sentido) o rock, deu uma pegada mais pop, que ia virar tendência nos anos a seguir. Então por hoje é isso, amanhã vem mais reviews, até lá.