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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Qual será o futuro do futebol feminino brasileiro?

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No início desse mês tivemos o pontapé inicial de um evento que causou um burburinho tremendo nas redes sociais: A copa do mundo feminina de 2019, que chegou em sua oitava edição, e talvez a mais importante pelo menos para o Brasil, já que seria a primeira que teria a transmissão dos jogos pela Rede Globo, a segunda maior emissora do mundo e a maior do nosso país, o que é ótimo em teoria, já que atraiu os olhares do brasileiro para a modalidade, mas também gerou muito debate envolvendo machismo, o nível do futebol feminino e principalmente política.   

Podemos dizer que a decisão da Globo em transmitir o mundial feminino partiu diretamente de toda a mobilização nas redes sociais em parte do movimento feminista, que vem ganhando cada vez mais força na mídia junto com outros grupos marginalizados, mais ou menos, já que vemos várias marcas as abraçando e fazendo propagandas enaltecendo as mulheres, os LGBT, os negros e etc. Mas é de se pensar se o motivo de todo esse espaço é pelo apoio as causas, ou simplesmente jogada de marketing para tirar dinheiro desse público, o que me leva a transmissão da Globo, que exibiu todas as partidas da seleção brasileira numa tentativa de mostrar que era a favor da diversidade e apoia o futebol feminino, mas deu um tratamento bem porco para a competição feminina, exibindo na TV aberta apenas os jogos do Brasil e ignorando o resto do mundial, o contraste de tratamentos fica claro quando você lembra que a copa masculina foi no ano passado e que a emissora passou ao vivo a maioria dos jogos, mesmo após a eliminação da seleção brasileira para a Bélgica (entre nós: Agora que a seleção feminina foi eliminada da copa, acho bem difícil passar outro jogo da copa feminina na Globo) mas o descaso com a competição não fica só na emissora carioca: A Band, emissora que já passou a copa feminina antes e que bate no peito pra dizer que ligava pra futebol feminino antes de ser "cool", também não está passando todos os jogos, exibindo apenas alguns ao vivo e exibindo a maioria depois das 0h (parte disso acontece por conta do contrato da emissora, a outra parte acontece por simples falta de inteligência dos diretores da Band, que vão deixar de exibir ao vivo um jogão como Estados Unidos e França para exibir o Datena simplesmente porque eles acham que o Datena dá mais audiência).    

Apesar do completo descaso característico da Globo com o esporte (isso acontece com vários outros eventos esportivos) o futebol feminino colheu lucros, elevando a audiência da emissora, que ficou entre os 20 e 30 pontos em todos os jogos exibidos, mantendo a liderança, números esses que são atingidos com as partidas de futebol habituais da Globo, mas não se comparando a audiência de uma seleção masculina numa copa do mundo. Toda essa audiência significa engajamento das pessoas sobre o assunto, seja falando bem ou falando mal do futebol feminino, especialmente vários homens detonando o futebol das mulheres por determinados motivos, seja pela baixa qualidade, erros bobos dos times e etc.    

Pra mim, criticar o nível do futebol feminino é meio injusto, já que é a mesma coisa que chover no molhado. É óbvio que o futebol feminino tem um nível bem abaixo do masculino, são anos de incentivo para se evitar o crescimento dessa modalidade, aqui no Brasil já foi proibido por lei, inclusive. Mas acima de tudo, o prestigio das duas modalidades são diferentes, é só comparar quanto tempo existe a copa masculina e a feminina, uma começou em 1930, a outra começou em 1991, são várias décadas de diferença, no fim das contas tudo o que importa é o investimento, já que os EUA no futebol masculino é horroroso e é genial no futebol feminino.    

Se as críticas fossem apenas no âmbito técnico, estaria tudo bem, mas infelizmente a internet brasileira transformou isso numa batalha campal, ou num 3° turno das eleições, já que aparentemente quem torcia para a seleção feminina era de esquerda, e quem não gostava dos jogos e criticava era de direita, infelizmente mostrando um lado do brasileiro que já cansamos de ver por pelo menos uns 3 anos, o lado louco e insano, trazendo a tona o quão triste está a internet brasileira, que vive numa guerra ideológica sem escrúpulos, capaz de politizar e tirar a graça de um dos melhores momentos do esporte, que é a copa do mundo.  

Após toda essa reflexão sobre todos os acontecimentos, é preciso pensar o que pode acontecer daqui pra frente com o futebol feminino brasileiro, que necessita urgente de uma renovação. A seleção tem jogadoras que estão a mais de 10, 15, 20 anos na seleção, que é o caso de Formiga que foi para sua sétima e última copa, que pra alguns pode ser considerado como um esforço heroico, mas na verdade é uma situação triste do futebol feminino, já que não tem jogadora à altura para substituí-la, por isso é essencial que a CBF primeiro exija que os clubes criem também um time feminino para assim dar mais opções a serem convocadas, além do crescimento e divulgação do Campeonato Brasileiro de futebol feminino, que está em exibição na Band, mas se por acaso der muita audiência pode pintar na Globo, como foi com o UFC. E por falar na poderosa, ela também pode ter um papel muito forte no crescimento de popularidade, já que para muitos, foi o primeiro contato com o futebol feminino de muitas pessoas exibindo as competições da seleção também