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terça-feira, 19 de março de 2019

Por que nas sitcoms o casal principal é sempre composto pelos personagens mais sem graça?


Eu amo sitcoms! As clássicas, as novas, as muito engraçadas, as que não tem tanta graça assim. Eu adoro o conceito de ver uma história de personagens com suas peculiaridades crescendo, evoluindo e passando por momentos divertidos, porque adivinha só? Isso é divertido, mas acima de tudo, as sitcoms são interessantes, quer dizer, elas tem a fórmula perfeita de se fazer uma série: Episódios curtos pra pessoas que só querem relaxar e se distrair com alguma coisa; personagens que são fáceis de se identificar e criar um laço afetivo dentro de você; e o melhor de tudo: Elas te fazem rir, então como não gostar de uma sitcom? 

Assistindo muitas sitcoms, eu parei pra pensar em uma coisa: As sitcoms mais famosas são aquelas que contam a história de um grupo de amigos vivendo sua vida, não importa se é nos anos 90 (Friends) anos 70 (That 70's Show) anos 2000 (How I Met Your Mother) ,além da ideia principal, as séries também se repetem em outros sentidos, por exemplo, por que o casal principal é sempre os personagens mais sem graça?   

Eu sei que humor e preferências sobre certos personagens são coisas inteiramente subjetivas, e não é que eu odeie o Ross ou a Rachel, por exemplo, mas se você comparar com o resto dos personagens de Friends, eles são os únicos sem uma característica destaque, já que a Monica é a doida da limpeza, a Phoebe é menina desconstruída, o Joey é o mulherengo burro e o Chandler é o cara que sempre faz uma piada. Além disso, Ross e Rachel são os personagens que mais fazem bobagem e que mais tem seus defeitos expostos de uma maneira séria.  

Em How I Met Your Mother, por exemplo, o Ted e a Robin são os protagonistas que o pessoal menos gosta na série, já que enquanto ele sempre vai fracassando de relação em relação e sempre tendo a ocasional queda pela Robin, ela pegou a fama de ser muito fria quando se trata de relacionamentos, já que ela sempre dispensava o Ted, mas acho que a pior característica dela é o egoísmo e a falta de maturidade, já que ela só busca um cara quando ele segue em frente, isso é tão verdade que o Barney percebeu isso e teve que fingir namorar a Patrice pra enganar a Robin e conseguir casar com ela.   

Em That 70's Show isso também acontece, todos os outros personagens tem sua característica principal: O Hyde é pirado nas conspirações; a Jackie é uma menina rica, mimada e preconceituosa; o Kelso é  o narcisista burro e o Fez é um tarado. Os únicos que escapam dessa onda são o Eric e a Donna, ele é só um menino sem sal que tem seus momentos engraçados, mas o único motivo dele aparecer tanto na série é só porque ele mora na casa que tem o porão que os meninos ficam, e a Donna, a única característica forte nela é que ela é a feminista lacradora, que defende os frascos e comprimidos, que com certeza faria textões no Facebook e Twitter reclamando de alguma coisa e torrando a paciência das pessoas.  

Na minha teoria, eu acho que os dois personagens mais sem graça individualmente acabam se juntando porque a série precisa de sua carga em emoção e pra seguir a história, enquanto os outros mantêm as piadas rolando enquanto os outros dois brigam.
 

domingo, 17 de março de 2019

Sunderland Até Morrer: Review da primeira temporada


Imagine uma série que tinha o objetivo de documentar o sucesso de um clube tradicional da Inglaterra, mas por uma ironia do destino, a temporada do time vai pro buraco e o que foi documentado na verdade foi o fracasso da equipe? Essa é a trágica história de "Sunderland 'Til I Die" (Sunderland Até Morrer), uma série/documentário lançada no fim do ano passado pela Netflix, produzida em conjunto com o canal inglês Fulwell 73 (que é um nome que faz referência ao antigo estádio do Sunderland, e 73 faz referência ao título de 73 da FA Cup, o último título importante do time) que documenta a trajetória da equipe do nordeste da Inglaterra na EFL Championship, a segunda divisão Inglesa, após 10 anos na Premier League até o rebaixamento na temporada 2016/17.    

A série tem um olhar único por dentro dos bastidores do clube, mas não é apenas isso que chama atenção. Sunderland Até Morrer adentra a realidade da cidade e de seus torcedores, mostrando o que o clube significa para todos os moradores, o envolvimento emocional muito forte e como isso afeta as pessoas. 

A série também mostra muito o lado psicológico dos jogadores/dirigentes/funcionários do clube, mostrando como a situação catastrófica do time afeta a todos, desde os cozinheiros, recepcionistas e funcionários de baixo escalão que temem por seus futuros com a piora do clube, até mesmo o reflexo que o futebol irregular tem nos jogadores.   

Sunderland Até Morrer faz um trabalho brilhante no seu aspecto principal, que é documentar. A série se expande dos amistosos de pré temporada até o fim do campeonato em oito episódios, registrando tudo que acontece, até mesmo os escândalos internos, como o problemático Darron Gibson, que tem dois incidentes notórios exibidos na série, o primeiro aconteceu logo após a derrota de 5x0 para o Celtic em casa num amistoso de pré temporada, em que o jogador aparece em um vídeo bêbado soltando o verbo nos jogadores, dizendo que alguns não queriam se dedicar, e o outro foi quase que no fim da temporada, em que o jogador foi preso após dirigir embriagado e provocar um acidente. Mas além desses fatos, as câmeras da série pegaram esses outros momentos: as estadias de Simon Grayson e Chris Coleman, dois treinadores que assumiram o clube durante a temporada para tentar evitar o rebaixamento do time para a terceira divisão; a repercussão da torcida e da mídia no comando dos dois técnicos; duas janelas de transferência que se abriram na temporada e o desespero que se instaurava dentro do clube e na torcida na busca de reforços (o que foi um momento bem único, já que todos que acompanham futebol tem a curiosidade de saber como acontece na prática o processo de transferências dentro de um clube); os últimos suspiros do time na segunda divisão antes de serem rebaixados na penúltima rodada; e a venda do time, que de Ellis Short, passou a ser comandado por Stewart Donald, que veio com uma ideia simples em mente: Reestruturação.  

A série Sunderland Até Morrer me surpreendeu de uma maneira positiva, já que eu nunca imaginaria que um clube de futebol, ainda mais na situação que o Sunderland estava, iria liberar a produção de uma série com um conceito tão ousado como esse, que aparentemente irá continuar, já que a produção já está sendo feita apesar de nenhuma confirmação por parte da Netflix se a série irá continuar ou não, mas se depender das críticas, muito ainda vai ser visto sobre a série, que em sua próxima temporada poderá mostrar todo o processo de reestruturação feita pela nova administração do clube e como isso afetou as pessoas envolvidas dentro e fora de campo, e que talvez podermos ter um final mais feliz dessa vez, já que o Sunderland está em 3° na terceira divisão, com sete pontos atrás do líder, mas apenas dois pontos atrás do segundo colocado, que também sobe direto para a segunda divisão.     

Sunderland Até Morrer é uma produção incrível, com uma qualidade e riqueza de detalhes imensa, série pra ser vista por todo amante do futebol, fazendo você criar simpatia e talvez até a torcer e acompanhar o Sunderland daqui pra frente (no meu caso eu não posso dizer que o Sunderland virou meu time na Inglaterra, já que torço pro Arsenal desde pequeno, mas os Gatos Pretos sem dúvida ganharam um lugar especial no meu coração depois do documentário).  

Nota: 10/10  

terça-feira, 12 de março de 2019

WWE Fastlane 2019 Review: Histórias progredindo para a Wrestlemania


Ontem tivemos o PPV Fastlane, a última parada para a Wrestlemania 35, e normalmente não é uma parada feliz, já que esse show é estranhamente amaldiçoado, ele acontece desde 2015 e nunca teve uma edição satisfatória ou com um acontecimento em específico que deixa os fãs com raiva da empresa, o evento normalmente é usado como artifício para colocar o Roman Reigns over, e isso irrita os fãs de WWE. Nunca me aventurei para assistir esse PPV, mas ontem resolvi ver, principalmente já que as histórias do roster principal da WWE estão ficando cada vez mais interessantes nesse rumo para a Wrestlemania.   

Pré Show: The New Day (Big E e Xavier Woods) vs Rusev e Nakamura: Luta normal, nenhum interesse especial, o que importa mesmo foi o que aconteceu antes dessa luta, que foi o momento que Vince McMahon vai até Kofi Kingston e disse que queria falar com ele sobre a luta pelo título da WWE (vale lembrar que Kofi iria lutar com o Daniel Bryan no Fastlane, mas Vince interrompeu a assinatura do contrato e substituiu o membro do New Day por Kevin Owens, que acabara de retornar de uma lesão) mas sobre a luta em si, nada demais a dizer, uma luta rápida e decente, que terminou com uma vitória de Big E e Xavier.  

Show principal: The Usos (c) vs Shane McMahon e The Miz pelo título de duplas do SD Live: Mais uma luta rápida e decente, só que essa teve muito mais importância, afinal essa era a revanche da "melhor dupla do mundo" pelos títulos que eles perderam no Elimination Chamber, e era no Fastlane que estava acontecendo em Cleveland (cidade natal de Miz) com a presença do pai dele na primeira fila. A luta contou uma história muito interessante com o Miz se arriscando mais no seu moveset por entrar na atmosfera de sua cidade natal, aplicando mais voos pela corda (coisa que ele não costuma fazer) e como isso causou a derrota dele e de Shane na luta após o ex campeão da WWE tentar um frog splash que foi revertido num rolamento, ocasionando em mais uma derrota. Vale destacar também grandes spots na luta envolvendo o Shane também, especialmente naquele Coast to Coast que ele acertou no ar em um dos Usos, que iria aplicar um splash em Miz. A luta havia sido boa, mas as coisas não pararam por ali: Após o combate, Shane McMahon ataca Miz violentamente, e também vai pra cima do patriarca da família Mizanin, confirmando a luta que os dois terão na Wrestlemania. A traição já era esperada na luta, mas eu nunca achei que seria o Shane atacando o Miz, já que Miz é um vilão natural e Shane (que também é um excelente "cara mal") desde de seu retorno, em 2016, é retratado como a pessoa boa da família McMahon, e já fazia mais de 12 anos (2007) que ele não interpreta esse papel de mal, por isso, estou esperançoso por esta luta, fiquei surpreso como as coisas aconteceram e a traição do Shane foi por um bom motivo, o que é raro acontecer, então, mesmo sabendo que a qualidade no ringue não vai ser das melhores, espero por bons momentos na Wrestlemania.  

Asuka (c) vs Mandy Rose (com Sonya Deville) pelo título das mulheres do SD Live: Essa provavelmente vem sendo minha parte menos preferida desse rumo para a Wrestlemania, o modo como a Asuka e o título do SmackDown estão sendo tratadas, e o pior é que isso nem é culpa da WWE (se você esquecer o fato que eles acabaram com a Asuka no ano passado) já que a história envolvendo a Becky Lynch no RAW é bem mais interessante e os fãs estão mais envolvidos, assim escanteando a ex vencedora do Royal Rumble. A luta não teve nada de especial, a única coisa notória foi as trapalhadas da Sonya Deville, que após pegar um bastão de kendo debaixo do ringue, se esqueceu de abaixar o pano que cobre o ringue, o que fez com a Mandy escorregasse (apesar de não ter parecido que ela caiu por causa daquilo) e a distraísse quando Asuka a pegou e venceu a luta, e ainda após o combate, a Mandy Rose saiu de perto da Sonya Deville com raiva da besteira que ela aprontou. Agora resta saber qual é o futuro de Asuka para a Wrestlemania, mas já podemos adiantar uma coisa: Ninguém vai se importar com a luta dela, infelizmente.    

Kofi Kingston vs The Bar (Handicap): Essa luta aconteceu por uma trollagem de Vince McMahon, que disse a Kofi em seu escritório que a luta pelo título da WWE seria tripla, já que ele seria adicionado a luta e que Big E e Xavier não podiam acompanhar Kofi, assim, o lutador foi para o ringue esperando sua luta, mas ao invés de Daniel Bryan, quem apareceu foi a dupla do Sheamus com o Cesaro, que lutariam com o Kofi numa luta handicap em que os dois estariam no ringue ao mesmo tempo. Eles obviamente estavam levando a melhor, até que Xavier Woods e Big E resolvem ajudar o amigo, mas foram atacados por trás por Rusev e Nakamura, que perderam pros dois no Pré Show, o ataque foi o que Sheamus e Cesaro precisavam para finalizar a luta. O combate só serviu para dar progresso a história de superação de Kofi Kingston rumo ao título da WWE, e após ontem, sabemos (não oficialmente) que ele vai vencer na Wrestlemania, apesar das tentativas de Vince McMahon de pará-lo.   

The Revival (c) vs Chad Gable e Bobby Roode vs Aleister Black e Ricochet pelo título de duplas do RAW: Luta rápida e simples, nada além do esperado, vários flips e proteção aos novatos que vieram do NXT, que acabaram não sofrendo o pin (esse papel ficou com Chad Gable) e ainda aplicaram seus finishers nos campeões de duplas, mostrando que vão forte para uma possível revanche na Wrestlemania.   

Samoa Joe (c) vs Andrade (É HADDAD) vs Rey Mysterio vs R-Truth pelo título dos EUA: Provavelmente a melhor luta da noite! Os quatro mostraram muito talento, especialmente Rey Mysterio, que emendou spot atrás de spot legal e inovador, o lutador mascarado possivelmente está vivendo seu auge na WWE, que vem vivendo batalhas épicas e memoráveis com o Andrade nos últimos dois meses, os dois vem quebrando tudo no SD Live, produzindo sua rivalidade só na base da qualidade das lutas. Os outros dois não ficaram pra trás, R-Truth continuou com seu novo meme de homenagear o John Cena, dessa vez fazendo o 5-Knuckle Suffle no Samoa Joe (eu realmente quero saber aonde isso vai levar o R-Truth, se isso é apenas brincadeira ou se vai haver alguma interação com John Cena) e por falar em Joe, o ex campeão do NXT reteve o título após enforcar Mysterio até ele desmaiar, qual o destino do Samoa Joe para a Wrestlemania é que fica a pergunta.  

Bayley e Sasha Banks (c) vs Tamina e Nia Jax pelo título de duplas feminino da WWE: A primeira defesa da "Boss 'n' Hug Connection" foi contra o time de duas brutamontes, e as campeãs levaram a melhor numa luta não muito memorável, mas o que foi memorável foi o ataque das perdedoras em cima de Beth Phoenix e Natalya após o fim da luta, o que deixa a incógnita para o que vai acontecer daqui pra frente.   
As três lutas a seguir eu não assisti por completo, já que eu estava com uma dor de cabeça forte, então saí do PPV pra tentar dormir, mas foram as lutas mais previsíveis da noite:  

Daniel Bryan (c) vs Kevin Owens vs Mustafa Ali pelo título da WWE: Apesar do que aconteceu com Kofi Kingston, a luta pelo título continuou sendo tripla, já que além do campeão e seu desafiante, tivemos adicionado na luta o lutador que retornou de uma lesão, o Mustafa Ali, que tinha uma chance ao título antes de se lesionar na época do Elimination Chamber, mas apesar dele ter a chance, a substituição do Ali no lugar do Kofi não foi bem aceita pela galera, que o vaiou um pouco e cantou por Kingston no meio da luta, o que fez Ali receber o mesmo tratamento que Rey Mysterio recebeu no Royal Rumble de 2014 por simplesmente não ser o Daniel Bryan, o que foi uma pena, já que o Ali se não tivesse sofrido uma lesão, ele estaria indo para a Wrestlemania enfrentar o Bryan pelo título, e agora com o Kofi muito popular, é bem improvável que Mustafa receberá uma oportunidade, então o que dá pra fazer é transformar o Ali num vilão e o colocá-lo numa rivalidade com o Kofi Kingston após a vitória dele na Wrestlemania, com o argumento de que ele só é campeão por causa do Mustafa, é uma boa ideia pra uma rivalidade. Sobre a luta em si, nada além do esperado, a luta foi muito boa (pelo o que deu pra ver nos melhores momentos) com o spot da noite na minha opinião, com o Daniel Bryan revertendo o Ali no ar com um running knee para reter seu título, o resultado era esperado e inteligente, já que protege o Kevin Owens, que acabou de voltar e provavelmente estará na luta pelo título na Wrestlemania, fazendo uma luta tripla.   

Becky Lynch vs Charlotte Flair (se Becky vencesse, seria adicionada a luta pelo título das mulheres do RAW na Wrestlemania): A luta não tinha muito para onde ir a não ser esse caminho (afinal eles não seriam loucos de fazer a Becky Linch perder e não entrar na luta pelo título) que foi a Becky Lynch com as lesões (aliás eu gostaria de apontar e parabenizar a Becky pela consistência e continuidade dela em vender essas lesões, acho que se ela morresse hoje, o espírito dela ainda ia vender essas lesões na perna) sendo atacada pela Charlotte, tentando se aproveitar das fraquezas de sua oponente, e arranjando um jeito de vencer (mesmo que se não fosse ela que tivesse vencido) e isso aconteceu graças a uma interferência de Ronda Rousey, que atacou Becky, causando a desclassificação de Charlotte e colocando a "The Man" na luta pelo título, o que é estranho, já que uma semana atrás, a Ronda destruiu a Becky, mas dá pra entender, já que a Ronda provavelmente vai usar de argumento que quer destruir a Becky com as próprias mãos no evento principal da Wrestlemania.  

The Shield vs Drew Mcintyre, Bobby Lashley e Baron Corbin: Essa luta não podia sair de outro jeito: O grupo mais forte da WWE nos últimos 15 anos contra o grupo que ninguém liga com um monte de gente aleatória junta, ainda mais sendo a primeira luta do Roman Reigns desde seu retorno após vencer a batalha contra a leucemia, então a luta rolou exatamente do jeito que você pensa: The Shield leva a melhor no seu retorno (o 500° retorno) com Roman Reigns fazendo o pin, ainda tem outro detalhe: A luta foi promovida como a última vez que os três vão lutar juntos, já que após a Wrestlemania, acaba o contrato de Dean Ambrose com a WWE e ele não vai renovar, agora não sabemos se essa saída do lunático é real de fato ou se é um work, mas eles pelo menos tentaram passar o sentimento de despedida da Shield pra sempre da WWE.   

O Fastlane de 2019 foi uma noite com lutas boas e simples, mas com muita progressão em histórias, e o melhor: Sem nenhum resultado ridículo, então essa edição do evento é disparada a melhor já feita após os quatro anos de lançamento (demorou pouco pra fazerem um evento bom, né?)

sexta-feira, 8 de março de 2019

Como a RedeTV! tomou a posição da Band de "Canal do Esporte"


Esse título parece loucura, mas não é (pelo menos não mais). A ideia desse post me ocorreu ano passado enquanto dei uma olhada na programação de sábado da emissora, que incrivelmente ia das 14h até as 19h de esporte na TV com o campeonato inglês e as corridas da Nascar, mas escanteei a ideia por um tempo por achar que era um pouco de ilusão da minha parte pensar assim, mas aparentemente não era.     

Em Fevereiro desse ano, a emissora anunciou na imprensa uma parceria um pouco inusitada, mas nada inédita, que foi com o serviço de streaming DAZN, que é detentora dos direitos de transmissão de alguns campeonatos de futebol como o Campeonato Italiano e a Copa Sul-Americana (que são as competições transmitidas pela RedeTV!). Vale lembrar que uma parceria desse estilo já foi vista aqui no Brasil no início dos anos 2000 com o "extinto" Esporte Interativo, a Band, Cultura e a própria RedeTV!, tudo isso com o objetivo de divulgar a marca do canal esportivo antes mesmo de se tornar um canal, o que representou uma grande época na TV aberta com vários campeonatos importantes como o Campeonato Inglês, Espanhol, Italiano, Português, Liga dos Campeões (da UEFA e Europa) passando de graça.    

A parceria vem acontecendo em menos de um mês e já deu bastante resultado para a RedeTV! (bem, pelo menos com os jogos do Corinthians) com grandes índices nos jogos da Sul-Americana, ficando na terceira posição no Ibope e chegando a bater a Globo por alguns instantes, mas os investimentos da emissora em esporte não pararam por aí, na verdade o esporte sempre esteve presente na RedeTV!.   

Logo na sua fundação, em 1999, a emissora tinha os direitos de exibição da badalada Liga dos Campeões, que na época não tinha todo o apelo aqui no Brasil que tem hoje, por isso os direitos provavelmente foram bem mais baratos do que seriam hoje, e não foi a única vez que a emissora investiu em futebol, já que passou pela emissora as seguintes competições: Liga dos Campeões, UEFA Europa League, Campeonato Italiano, Campeonato Inglês, Copa São Paulo e a folclórica exibição do Campeonato Brasileiro da Série B.      

Além de futebol, eles já investiram em vários produtos como Showbol e corridas, mas um grande acerto deles foi investir em lutas, e eles investiram em vários tipos: Boxe, WWE e mais notoriamente, o UFC, em 2009, com o nome de "UFC- Sem Limites" nos sábados a noite, sempre no mesmo horário. Essa foi uma transmissão que realmente virou histórica pois introduziu o esporte para o brasileiro, que em pouco tempo aprendeu a amar o UFC e o MMA (especialmente a saber que tinha brasileiros que se davam bem lá) e a emissora ganhou bastante audiência com o UFC Rio, chegando a vencer a Globo na audiência, essa guerra infelizmente pendeu para o lado mais forte e a Globo levou os direitos de exibição, que mostra o UFC só quando quer e nem é ao vivo, mas os fãs sempre terão as lembranças do tempo da RedeTV!.      

Eles fizeram uma boa estratégia com as lutas e estão tentando repetir com o futebol. É claro que a audiência nem sempre vai ser boa, já que não é sempre que o Corinthians vai jogar, mas a RedeTV! vem seguindo um bom caminho para consolidar e acostumar o povo a acompanhar futebol na emissora, seja com os produtos do DAZN, seja com aquisições próprias, como o Campeonato Inglês, fruto de uma negociação com a ESPN e que dobrou os números do horário. A emissora ainda precisa acertar alguns detalhes, como acertar o ponto nas transmissões e saber aproveitar a audiência com mais programas esportivos, mas de resto, a emissora tem tudo para se tornar realidade na briga pela audiência com emissoras maiores, já que a Band já está vencida, e seu posto de emissora do esporte não tem mais sentido.

quarta-feira, 6 de março de 2019

LISTAS BRUTAIS: Séries badaladas que não deram certo na TV aberta


A relação TV Aberta + Séries sempre foi bem simples: Investimento mínimo para uma boa audiência, sem importar o horário que é exibida, e apesar que hoje em dia nós vemos cada vez menos emissoras exibindo séries na TV (isso tem muito a ver com o crescimento dos serviços on demand como a Netflix e a Amazon Prime) alguns canais ainda investem em séries para tapar os buracos de sua programação (mais precisamente na madrugada) mas houve épocas que era frequente séries serem exibidas na programação, e cada emissora tinha seus trunfos: A Globo passava séries de madrugada junto com o Corujão e o Telecurso, O SBT passava (ainda passa) Chaves; Um Maluco do Pedaço; Eu, a Patroa e as Crianças, a Record tinha Todo Mundo Odeia o Chris; CSI e Pica Pau, e todas essas séries eram sucesso de audiência independente da hora que passavam.  

Mas as emissoras chegaram a passar outras grandes séries famosas em sua programação que por um motivo ou outro acabaram não durando muito tempo no ar, seja o horário que eram exibidas ou não cativaram o público, mesmo sendo adoradas e cultuadas na internet. E então agora vamos listar alguns exemplos de séries badaladas que não funcionaram na TV aberta.   
  
The Big Bang Theory- SBT   


Em agosto de 2011, o SBT resolveu fazer investimentos a mais na sua grade noturna de sábado e começou a exibir em pleno horário nobre a série The Big Bang Theory (ou Big Bang, A Teoria) que até hoje é uma das séries de maior audiência nos EUA, chegando perto do impacto e audiência de Friends por lá, mas aqui no Brasil, a série não tinha tanta fama, mesmo sendo produzida por Chuck Lorre (criador do Two and a Half Man) e acabou fracassando na audiência, durando menos de um mês no ar e marcando apenas 2 pontos de audiência, sendo realocada para a madrugada, horário que acabou tendo mais sorte, durando até meados de 2014, quando o "Tele Séries" foi extinto do SBT.   

A série voltou a ser exibida aos sábados, em 2018, dessa vez as 18h, mas seja por falta de divulgação ou simplesmente por alguma antipatia do público da TV aberta com a série dos amigos nerds, acabou mais uma vez fracassando na audiência, marcando dessa vez apenas 4 pontos e sendo cancelada depois de três semanas. Parece que o público brasileiro não é bazingueiro.  

Breaking Bad- Record     

 

No fim de 2013, a Record anunciou que iria exibir em 2014 a série Breaking Bad, uma das séries mais badaladas naquela época, quebradora de vários recordes e que havia sido finalizada pouco tempo antes. E a Record comprou a série com a expectativa lá em cima, esperando conseguir o mesmo sucesso que a série teve no resto do mundo, então por isso, eles fizeram uma grande divulgação da série, com direito a caminhão passando na cidade e o saudoso Marcelo Rezende contando a história da série no Cidade Alerta, mas acabou que teve o efeito contrário por causa de uma simples ação.

Todo mundo sabe que as emissoras tem a mania de adaptar o nome de séries e filmes e nomeá-las com nomes, digamos assim, um tanto quanto inusitados, o SBT por exemplo era muito conhecido por fazer isso: My Wife and Kids virou Eu, a Patroa e as Crianças e Fresh Prince of Bel-Air virou Um Maluco no Pedaço, e a Record não mudou o nome da série, mas deu um subtítulo "icônico": Breaking Bad- A Química do Mal.   

Não preciso nem dizer que o nome logo virou piada entre os fãs da série, que desdenharam da exibição da Record e da dublagem da série, então a série acabou nem atraindo os fãs e nem atraiu um público novo e acabou sendo cancelada alguns meses depois.   

Mr Robot- Record  



Tentando deixar de lado os erros com Breaking Bad, em maio de 2016, a Record resolve comprar Mr Robot, que não tinha o mesmo status da outra série citada, mas que vinha muito bem de audiência e críticas nos EUA, e que naquela altura estava indo pra 2° temporada com todo o potencial do mundo, então pra Record poderia dar muito certo, mas acabou que não deu. A emissora paulista acabou não divulgando tão bem quanto fez com Breaking Bad e ainda deu outro subtítulo desnecessário para a série (sociedade hacker) fora a dublagem um pouco fora de lugar, com o Eliott recebendo a voz do Leonard do Big Bang Theory, o que não combinou muito com o personagem. A emissora exibiu a primeira temporada e teve resultados semelhantes a Breaking Bad, o que fez com que a série nunca mais fosse exibida por lá.   

How I Met Your Mother- Band   

  

Animada com a audiência de Simpsons no início do ano, a Band resolveu colocar outra comédia da Fox no ar no início do ano, algo que já estava virando uma tradição, por isso, em agosto de 2013, foi anunciado que a Band havia comprado os direitos de transmissão de How I Met Your Mother, uma das séries de comédia mais aclamadas pela crítica nos últimos 10 anos, considerada por muitos como o Friends do século XXI.    

A Série acabou indo ao ar no dia 2 de janeiro de 2014, as 21h, fazendo o esquenta para a exibição de Simpsons, grande coringa da emissora na época. A audiência da série não foi tão bem quanto sua sucessora, ficando entre 1 e 2 pontos no ibope, mas para os padrões da emissora e se você considerar que a série vinha depois do programa do R.R Soares, era uma boa audiência, então a série foi exibida durante todo o ano de 2014 no horário nobre sendo reprisada até a quarta temporada, mas aparentemente a série não agradou ao ponto de manter o seu posto no horário nobre e foi jogada para a madrugada em 2015 (de vez em quando eu esbarrei com a série passando lá pras 2h da manhã na semana e passando as 5h da manhã no domingo) e por lá foi ficando até sair do ar de vez.    

Friends- SBT    

 

Provavelmente a série mais bem sucedida de todos os tempos, Friends tem uma fan base enorme em todo lugar do mundo, inclusive aqui no Brasil, mas pode ter certeza que esse amor pela série não surgiu graças a TV aberta, já que a série da Warner nunca teve vida longa por aqui, e olha que já houveram várias oportunidades, já que a série passou em dois canais diferentes por aqui: Redetv! e SBT.  

Na emissora de Osasco, Friends começou a passar na mesma época que a Redetv! começou a operar, em 1999, e ficou mais ou menos até 2002 no ar, foi uma passagem duradoura, mas ninguém lembra muito já que a Redetv! não tem lá muita audiência, por isso vamos falar da vez que passou num canal grande de verdade, no SBT.    

A história SBT e Friends começou em 2004, quando a série foi exibida quase que de madrugada, e por incrível que pareça, nenhuma mudança drástica foi feita na série, a única coisa possível de se apontar era a dublagem do programa, que pra mim era mais cômica do que ruim, mas que afastou os fãs da série (e eu não os culpo, demorou um tempo pra me acostumar com a dublagem de Friends na Netflix), mas a série passou um bom tempo no SBT também, entre 2004 e meados de 2005/2006, mas o período não foi exatamente memorável.   

That 70's Show- Band 

 

That 70's Show nunca foi gigantesca, mas tinha uma boa audiência e era uma boa alternativa a Friends no fim da década de 90, a série está a quase três anos no catalogo brasileiro da Netflix, mas ainda não é muito conhecida por aqui, por isso se você é fã da série, provavelmente nem deve saber que a série já chegou a ser exibida na TV aberta, pela Band, em meados de 2007.  

Como a transmissão ocorreu faz mais de 10 anos e não teve muita audiência, já que passava na Band, é extremamente difícil achar informações sobre a passagem da série pelo Brasil, mas pelo que eu consegui achar, a série passou mais ou menos até 2009 e não tinha um papel muito forte na audiência da Band, já que passava nas madrugadas de domingo e passava apenas para São Paulo.   

Arrested Development- Globo    

 

Uma das séries mais cultuadas e injustiçadas dos anos 2000 já chegou a ser exibida na TV aberta. Arrested Development, que apesar de ter sido cancelada pela FOX em 2006, era aclamada pela crítica e conseguiu faturar Emmys por seu estilo de fazer comédia, que acabou não se popularizando na época, mas que basicamente é o modo padrão das comédias de hoje em dia.    

A série era exibida nas madrugadas da Globo, a época não se sabe ao certo, mas depois de navegar em fóruns, posso dizer que em meados de 2006 a série passava depois do Corujão.