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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O Bilhete Premiado (resenha com spoilers)


Hoje, na primeira resenha que faço aqui no blog (espero que a primeira de muitas) um livro talvez não muito conhecido de vocês, O Bilhete Premiado, de Paulo Galvão.   

Paulo Galvão é um jornalista, radialista e escritor nascido em julho de 1970, em Minas Gerais, passou boa parte de sua carreira trabalhando em jornais locais nas áreas da capital do pão de queijo, além de manter um blog sobre futebol e Rock desde 2009. Seu trabalho mais conhecido for ser apresentador da Rádio Bandeirantes desde 1998, mas foi demitido esse ano no dia do jornalista. O Bilhete Premiado foi o único livro escrito por Galvão.   

O livro conta a história de Jorginho, um garoto de 18 anos que não quer nada com a vida, repetiu várias vezes o primeiro ano, não tem emprego e não dá nenhum sinal de melhora. Ele sempre entra em embate com sua família por não tomar jeito e não ajudar (já que a família é pobre, mas mesmo assim mantém o marmanjo numa escola particular, porque isso é uma coisa inteligente de se fazer) mas tudo iria mudar depois que Jorginho comprou um bilhete de loteria e fez uma aposta ridícula, sendo ridicularizado por seu amigo Edgar, Pilinha, o vendedor estelionatário, Alfredo, um bandidinho que sempre quebrava o Jorge de porrada e por sua família, mas quando o resultado do bilhete saiu e ele foi sorteado, chocou a todos, mas também trouxe muitos problemas, como a invasão de Alfredo em busca do bilhete.      

Logo após isso, é revelado ao leitor que Pilinha na verdade havia trocado o bilhete de Jorginho, já que ele tinha um esquema ilícito com a mulher da lotérica, tornando assim o bilhete falso e produzindo um plot bacana de se ver, já que deu um fôlego legal para a história, apresentando novos conflitos a serem resolvidos. 

O livro também toca em questões interessantes, como o preconceito social e racial, tudo isso incorporado em Luciana (amiga que era apaixonada por Jorge) tendo em vista que ela era uma garota negra, pobre, que só estudava em uma escola particular por causa de uma bolsa que ela ganhou por sua mãe trabalhar lá, mas a mãe dela morre atropelada e ela passou agora a ser responsável pela casa e pelo seu irmão, Pilinha, que como já vimos, é uma alma sebosa. Luciana enfrenta bastante preconceito diariamente, mas em um trecho particular, ela é humilhada por Cláudia (garota que Jorge era apaixonado) e por sua amiga, e faz um discurso emocionante para Edgar sobre como negros são tratados em espaços que supostamente não são deles, como em escolas particulares.        

Agora chegamos nas partes que tenho um pouco de problema a digerir, vamos lá: Pilinha escapa do apartamento com um Fredão armado e foge para a sua casa para contar tudo pra Luciana, ele explica a história, Luciana não acredita, então ele a leva na lotérica para eles falarem com a mulher que é parceira no golpe pra comprovar a história e pegar sua parte, mas ela diz que a máquina que eles usam para o golpe foi levada embora e que na verdade o bilhete era mesmo premiado. Até aí tudo bem, agora vamos pra parte que realmente me entristece, que é o final, que é Jorginho e Luciana se resolvendo e começarem a namorar, só que o seguinte, Luciana após que se comprovou que o bilhete era verdadeiro ela não fez nada, ela não avisa a Jorginho e nem foge com dinheiro, ela simplesmente guardou e não fez nada, o que me deixa confuso, já que as duas famílias precisavam do dinheiro, por que não unir o útil ao agradável? Os dois podiam ter ficado juntos e resolvido sua maior preocupação, que era a financeira, era o final perfeito, mas não, e realmente eu não entendo a intenção do final, se era passar uma lição dizendo que o dinheiro não é tudo e tals, mas nada disso foi mostrado, ela simplesmente não contou do bilhete e acabou, fim da história.   

O Bilhete Premiado é uma história rápida e curta (o que me fez gostar do livro desde o início) mas mesmo assim é repleta com ótimos momentos, mas esse final realmente fez o livro decair um pouco no meu conceito, por isso que a nota é 6,5/10. Paulo Galvão até agora só escreveu esse livro, o que é uma pena, porque mesmo com um final um pouco desgostoso, ele tem potencial para escrever uma boa história, só precisa de mais experiência.

E é isso por hoje, se quiser recomendar um livro para eu fazer uma resenha (obviamente só depois de eu ter lido, então paciência) deixe sua sugestão nos comentários. 
 
 

Um comentário:

  1. Olá, Gabriel. Aqui é o Paulo Galvão, autor de "O bilhete premiado". As informações estão incorretas. Nasci em São Paulo, em 1969. Nunca trabalhei em MG nem mantive blogs sobre rock ou futebol. Vc misturou as informações com outro Paulo Galvão. abs

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