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sábado, 13 de julho de 2019

Cachorro Grande: Cinema (2009) Review #05: Mudanças no som

No último post, nós falamos sobre a palavra mudança, e essa palavra define muito bem o que acontece no álbum Cinema, da Cachorro Grande, lançado em 2009. 

Antes do álbum:



Logo após o lançamento do álbum Todos os Tempos, a banda Cachorro Grande trabalhou em uma parceria com o cantor Nando Reis (eternizado por parcerias com a cantora Cássia Eller) num álbum ao vivo com o nome "Estúdio Coca Cola: Nando Reis e Cachorro Grande" lançado em 2007, em que foram cantados sucessos do cantor e da banda, inclusive esse vídeo com uma versão do sucesso Sinceramente, do álbum Pista Livre, com uma participação mais que especial de Nando. 

Um conceito diferente:  
Esse álbum entrou numa ideia diferente, num som novo para a banda, trazendo elementos do Rock Psicodélico e o Space Rock, que é um tipo de som em que várias coisas são aproveitadas, como som de ventos, eco, animais e etc, várias coisas que podem ser ouvidas ao longo do álbum.  
De acordo com o guitarrista Marcelo Gross, a ideia era resgatar influências da banda, sons que eles ouviam na adolescência como Rock dos anos 70 como Pink Floyd, Led Zeppelin, Jethro Tull e muitas coisas do Space Rock, fazendo o som ter mais cara de anos 70 do que anos 60, que era o que eles vinham fazendo nos últimos trabalhos.  

O nome:  

O nome do álbum se dá por causa de algumas influências específicas em algumas músicas, como por exemplo, na música "Amanhã", eles dizem terem se influenciado no filme Mar Adentro; e a música "Pessoas Vazias" foi inspirada no falecido ator, comediante e cantor britânico Peter Sellers (não me perguntem o porque das influências, não vou saber responder).   

O álbum: 


Com uma das capas mais hipsters de todos os tempos, a banda Cachorro Grande meio que entra mas não entra num processo de metamorfose, fazendo mais experimentos, alguns que não durariam, outros que iriam prever outras fases da banda (mais nisso daqui a pouco).  

O Tempo Parou/Sabor a mil: A música mostra uma trend desse álbum que seria o Folk Rock, que teve pouca participação no último álbum, voltou com tudo dessa vez. Uma música um tanto quanto diferente, com mais participação do banjo do que da guitarra, emendando com outra música no final, não sei exatamente o que pensar dessa música.  

Dance Agora: Um dos singles desse álbum, Dance Agora tem uma pegada mais dançante, até flertando com música eletrônica, coisa que viraria trend para a banda poucos anos depois. Uma música que fala sobre a juventude antenada, com certeza tem o seu valor, mesmo não sendo uma das mais fortes da banda. 

Amanhã: Música já citada aqui, amanhã tem um clima meio surrealista/sobrenatural, mexendo com a ideia de paraíso e a vida após a morte, a música também tem uns arranjos meio indianos, o que me faz pensar se a banda se inspirou com a novela Caminho das Índias, no ar na época (sarcasmo). 

Por Onde Vou: A MÚSICA MAIS FORTE DO ÁLBUM. Por Onde Vou fala sobre reconstrução e incertezas da vida, uma música meio triste e meio alegre, com um riff que te faz pensar em várias coisas, é o tipo de som que transcende épocas, de fato uma música muito bonita.  

A Alegria Voltou: Numa pegada mais alternativa, a música é familiar aos ouvidos dos fãs mais antigos da banda, que tem picos dos primeiros álbuns, mas também bebe um pouco da fonte do Pista Livre, uma música que com certeza é agradável e poderia se encaixar tranquilamente em qualquer trabalho anterior da banda. 

A Hora do Brasil: Aqui nós vemos o Space Rock fazer a sua presença nesse álbum, com pequenos fragmentos do programa radiofônico estatal "A Voz do Brasil", mas além disso também temos a presença de uma guitarra mais alternativa e um pouquinho mais de teclado, o que trouxe um bom resultado, produzindo uma das melhores músicas do álbum. 

Diga O Que Você Quer Escutar: Com uma presença maior do baixo e guitarra, a música cantada por Marcelo Gross com certeza é um up ao álbum com seus arranjos e melodia bem estruturadas, mas o único ponto ruim que eu tenho sobre é a letra, que é um pouco confusa, com brincadeiras de palavras que acabam não levando a nada muito importante, mas não tira muito da música.  

Ela Disse: Pegando um pouquinho de jazz, a música trás uma paz e calmaria para um álbum que até agora tinha sido mais sobre músicas dançantes e acaloradas, seguindo a linha da banda, mas essa não, mas foi uma mudança bem vinda, uma música interessante.  

Ninguém Mais Lembra de Você: Voltando a linha dançante e divertida, Ninguém Mais Lembra de Você faz uma boa parceria com Dance Agora, sendo uma das mais balançantes deste álbum. 

Luz: Uma música que se intercala com o passado e o presente da banda, começando com arranjos de banjo e arrebatando com raiva na hora do refrão, com as famosas gritarias de Beto Bruno.  

Eileen: Uma das músicas mais diferentes do álbum, mas nem sempre mudança significa algo bom. Eileen tem muita presença de eco, que aliado a tentativa de voz aguda de Beto Bruno não faz a música nenhum favor, fazendo essa ser a música mais fraca do álbum. 

Pessoas Vazias: Uma música um tanto quanto parecida com sua anterior, mas com mais presença de guitarra e bateria, mas ainda assim com eco, que dessa vez está reduzido, então não tira tanto da música. 

Nota: 7,5/10: Quando chegou a hora de falar sobre esse álbum, fiquei meio que receoso, já que Cinema nunca foi um álbum que eu gostei muito, mas quando revisitei o álbum, acabei gostando mais do que devia, então uma nota que seria mais baixa acaba aumentando. Cinema não é um álbum ruim, longe disso, mas consigo entender o fã que não gostou de primeira, mas ao menos o próximo álbum seria melhor.
   






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