cookieOptions = {msg}

Páginas

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

(OPINIÃO) "Se Joga" mostra como NÃO fazer um programa de TV


Após quase um ano de burburinho e preparação, finalmente entrou hoje no ar o programa da Fernanda Gentil. O Se Joga, que também conta com Fabiana Karla e Érico Brás como apresentadores, veio para ser uma alternativa mais leve na hora do almoço para tentar parar a Hora da Venenosa na Record, além de colocar um novo programa para substituir o Vídeo Show agora que as 14 temporadas de "A Grande Família" foram ao ar, com um grande sucesso. Com o tanto de tempo investido e a gravidade da situação da audiência vespertina da Globo, que capenga pelo menos desde 2012, não tinha como não estar um pouco curioso sobre esse programa e se valeria todo o hype. Spoiler: Não vale. Mas vamos entender porque.  

Desde que ouvi sobre a ideia da Globo de criar esse programa no fim do ano passado, eu já sentia um mal pressentimento. A Fernanda Gentil pra mim é aquele tipo de apresentadora que não fede nem cheira: Eu não a achava ruim, mas não era fã dela, mas por algum motivo ela é cultuada por alguns na internet. Ela é vista como uma rainha progressista pela turma da lacração, talvez por ter se assumido bi, talvez por ser uma mulher e falar de futebol, eu não sei, tirando ter se assumido, não lembro dela ter "lacrado", e se fez não é um problema, mas como essa panelinha de Twitter é bem irritante e agem como uma seita, eu tendo a ter um asco a tudo que os envolve, mesmo que não sejam pessoas objetivamente babacas, mas enfim, como o público dela é esse, eu estava esperando uma versão piorada do "Encontro" nas tardes, mas quando a Globo começou a promover o programa, eu vi um estúdio colorido e não sabia o que esperar, mas sabia que não seria um bom programa, mas eu só não tinha ideia de quão ruim seria. 

Já era um alerta quando vi a duração do programa no site da Globo: Duraria menos de uma hora. então até a Globo estava com pé atrás com essa ideia, mas agora não tinha como voltar atrás. As coisas já começaram mal quando o programa começou 20 minutos atrasado com o JH enrolando sem motivo nenhum (ou com um motivo simples: O medo de enfrentar Geraldo Luiz e a Hora da Venenosa) então o programa começa as 14h20 com uma gritaria só, já que os três apresentadores basicamente falavam um por cima do outro; além disso, a Globo resolveu esculhambar o programa de vez com vários efeitos sonoros aleatórios, transformando o programa numa espécie de Programa do Ratinho piorado ou algum programa da RedeTV!. Eu fiquei surpreso ao ver esse tipo de coisa na emissora, já que eles ao menos tentam ser mais refinados com seus programas, mantendo um padrão de qualidade que só a emissora tem, ou tinha, não se sabe mais.  

O programa teve três momentos: O momento das celebridades, com os apresentadores usando a ideia do Encontro com aquele quadro com os assuntos do momento, além de debater a revelação da bissexualidade do Reynaldo Gianecchini e falar sobre uma espécie de um "Padre Gato", coisa que nem o Fofocalizando cobre, além da participação da Paola Oliveira, fazendo meio que um arquivo confidencial e outras coisas que eu realmente não importo.    

Depois disso, tivemos o momento "humor" do programa, e eu realmente quero dizer com aspas. Paulo Vieira, ex Programa do Porchat, fez sua estreia no programa com um quadro que ele fazia no antigo programa, um quadro sobre pobres que faria até o antigo Zorra Total ser engraçado por comparação. Nesse quadro tivemos a participação do Igor Guimarães interpretando um cachorro (press F for Advogado Paloma) e fazendo piadas ao estilo Whindersson Nunes "olha só, casa de rico é assim, casa de pobre é desse jeito hahahahaha humor, engraçado, comédia". O pior é que os fãs desse humorista e da Fernanda sempre pagam de politicamente corretos sobre humor, mas ninguém ao menos reclamou e problematizou, agora imagine se fosse alguém como o Danilo Gentili ou Léo Lins fazendo essas piadas? Provavelmente estariam sendo chamados de elitistas, anti-pobres, nazistas e etc, mas aparentemente estar na Globo dá o passe livre para "ser engraçado". 

Pra fechar o programa, um jogo com a plateia (que parecia não estar interessada em estar lá) em que dois representantes foram chamados para adivinhar alguma coisa que não ligo, fazendo uma espécie de Vídeo Game que mais parecia um circo com todos os efeitos sonoros que foram jogados no meio. Aparentemente esse jogo só serviu para a Fernanda Gentil fazer um merchan das Americanas, então vamos logo pra o veredito, okay? 

Forçado, sem graça e constrangedor são as melhores expressões usadas pra descrever esse programa. Uma mistura dos piores programas da televisão brasileira, sem dúvida um dos piores programas que vi. Absolutamente TUDO está errado: Os apresentadores falam um por cima do outro (aliás, três apresentadores é realmente necessário?), os efeitos sonoros são deveras abusados, a comédia do programa é ultrapassada e ofensivamente constrangedora, o programa é muito frenético, tornando impossível entender/aproveitar qualquer coisa, e acima de tudo o programa tenta fazer muito em pouco tempo e falha em tudo que se propõe em fazer, ou seja, um erro colossal. A Globo viu esse ano que não era necessário fazer um esforço grande pra vencer a Record as tardes, A Grande Família fazia isso com sobras e nem era preciso gastar muito, então por que não continuar a reprisar comédias e trazer de volta programas como "Tapas e Beijos", "Toma Lá Da Cá", "Os Normais", "Minha Nada Mole Vida" (especialmente esses dois últimos como uma forma de homenagem a Fernanda Young, que morreu pouco mais de um mês atrás)? Ou fazer uma espécie de "Sessão Globoplay" e exibir séries como "The Big Bang Theory", "The Office" ou até mesmo "Todo Mundo Odeia o Chris", daria mais resultado e não custaria o tempo e o dinheiro gastos pra investir nesse programa, que tem tempo e potencial para melhorar, mas precisa de muitos avanços para ser considerado aceitável.  

Nota: 0/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário