O Guia do Mochileiro das
Galáxias é o primeiro título da série de cinco livros escrito por Douglas
Adams, em 1979, uma obra de ficção cientifica non-sense que além de criar
vários spin-offs como uma radionovela, uma minissérie e um filme, também teve
um impacto muito grande na cultura pop e nerd em geral, já que foi o motivo
para o dia 25 de maio ser considerado o “Dia
da Toalha” no qual os fãs do livro saem com uma toalha, que de acordo com o
livro é o artefato mais importante que uma pessoa pode ter.
Nesta resenha, serão
analisados todos os aspectos positivos da obra, além dos pontos negativos da
trama, dos personagens, do foco narrativo da história, entre outros
assuntos.
O livro tem cerca de 204 páginas,
35 capítulos (em média de cinco a dez páginas para cada um dos capítulos) que
tem o foco direcionado na história e alguns capítulos estão no livro para
explicar o funcionamento/significado de algumas coisas de acordo com o Guia do
Mochileiro das Galáxias, estes por sua vez costumam ser mais curtos.
A história começa quando
Arthur Dent, um britânico comum, está tentando impedir que sua casa seja
demolida pela prefeitura, que quer construir um desvio no terreno de sua
moradia, nesse meio termo, seu amigo Ford Prefect aparece, e ele conta a Arthur
que não é originário da Terra como Dent achava que ele era, e sim de um planeta
próximo a Betelgeuse, mas havia sido enviado a terra para aprender mais sobre o
local e escrever o capítulo da Terra no Guia do Mochileiro das Galáxias
(enciclopédia galáctica que também é o livro mais vendido da história, até mais
do que a bíblia) e que a Terra seria destruído em pouco mais de dez minutos
pelos Vogons (as criaturas mais horrendas da galáxia) para construírem um
desvio intergaláctico no lugar que fica a Terra (irônico, não?), assim Arthur e
Ford escapam pela nave dos Vogons para fugir da explosão do planeta. Os dois
até tentam se esconder na espaçonave dos alienígenas, mas acabam sendo encontrados
pelos seguranças e sendo levados para o capitão Vogon, que recita poesia para
eles (o que é o terceiro pior castigo que se pode aplicar, já que a poesia
Vogoniana é algo horrível) e após não conseguirem convencer os Vogons com sua
reação positiva sobre o que acabaram de ouvir, Arthur e Ford foram jogados no
vácuo do espaço, que possibilita apenas 30 segundos de vida para as pessoas,
mas depois disso acabam morrendo, então no último milésimo possível aparece
magicamente a nave Coração de Ouro, que graças ao seu gerador de
improbabilidade infinita faz com que a nave se tele transporte para qualquer
lugar no modo aleatório, que coincidentemente fez com que a nave aparecesse no
mesmo lugar que os dois estavam, milésimos de segundo antes que o oxigênio
deles acabasse.
Dentro dessa nave eles
encontram a tripulação formada por Zaphod Beeblebrox, presidente da galáxia que
havia roubado a nave e primo de Ford, Tricia McMillan (Trillian), que conheceu
Arthur em uma festa à fantasia em Islington, que acabou fugindo com Zaphod na
nave e junto com Dent, era a única terráquea ainda sobrevivente, Marvin, o robô
“Androide Paranoide” que era depressivo
e pessimista e só falava como a vida era uma perda de tempo, e Eddie, o
computador da nave que coordenava tudo, desde cálculos até a pilotagem
automática da nave. Depois de papo entre todos, Zaphod diz que quer encontrar a
resposta para a pergunta da origem da vida, do universo, e tudo mais, e sabia
que a resposta só poderia ser encontrada no lendário planeta de Magrathea, que
era algo impossível de ser encontrado, mas num golpe de sorte, Zaphod consegue
fazer a nave captar o sistema do lendário planeta, que por sua vez ativa o
sistema automático de segurança do planeta contra a nave, com mísseis lançados
contra eles, mas numa jogada esperta e desesperada de Arthur, o gerador de
improbabilidade infinita os lança para a superfície de Magrathea, evitando
totalmente o impacto dos mísseis.
Chegando em Magrathea, Zaphod,
Trillian e Ford resolvem explorar o planeta enquanto Arthur resolve ficar junto
de Marvin, e por acaso, acabam encontrando um homem local chamado Slartbastfast, que tem o trabalho
de criar planetas (inclusive criou a Terra) e então ele mostra Arthur coisas
como o processo de criação de planetas, quem realmente dirige o universo, e
claro, a resposta para a pergunta sobre a vida, o universo e tudo mais, e o
resultado de tudo isso é algo surpreendente.
Muitos leitores tem uma relação de amor e ódio
por esse livro, o que faz a obra ser um divisor de águas, ou seja, ou você ama
ou odeia: Os que amam são os que apreciam todas as piadas, críticas e
criatividade envolvida na obra, e os que odeiam não conseguiram entender a
graça nas piadas non-sense e todos os furos no enredo e de coisas que não
ficaram bem explicadas, e eu até concordo com esse lado, o “Guia do Mochileiro
das Galáxias” por mais que tenha vários prós, tem seus contras também,
principalmente nos furos de roteiro/falhas de conexão da história (como por
exemplo o momento que Marvin ficou dormindo no canto em Magrathea e no final
apareceu normalmente, como ele sabia o que estava acontecendo? Ninguém acordou ele)
o que pode ser atribuído a preguiça de Douglas Adams que pode ser percebida nos
outros livros também. Não é por que a história tem uma temática non-sense que
tem que ter furos no roteiro.
Mesmo com alguns pecados, o
livro tem bastante coisa boa também, uma das mais fáceis de citar é a
criatividade e a grandiosidade das ideias, o humor britânico inteligente que é
remanescente do Monty Phyton, já que Adams foi roteirista de lá, também as
várias críticas que podemos dizer que são atemporais, que variam de sátiras aos
problemas urbanos da Inglaterra e até mesmo a religião, então recomendo com
gosto o livro para pessoas que tem uma mente aberta para novas experiências,
que não tem medo de ter seus padrões de leitura desafiados, porque é exatamente
isso que esse livro é, o precursor na moda de humor com ficção científica que
criou maravilhas como Futurama e o sucesso do momento Rick e Morty, um caminho
alternativo pra quem nunca foi muito fã da seriedade de Star Wars/Star Trek, o
tapa na cara mais fritante que o leitor de romance tomou até hoje, com uma
história complexa, “O Guia do Mochileiro
das Galáxias” e todos os outros livros da saga são necessários na sua prateleira.
Douglas Noel Adams (11 de março de 1952- 11 de maio de
2001) foi um escritor e comediante britânico que escreveu roteiros para o
programa Monty Phyton’s Flying Circus na
década de 70 e foi o criador da radionovela/saga de livros O Guia do Mochileiro das Galáxias. Adams
iniciou sua carreira como escritor após se formar na universidade, em 1974, e
passa boa parte da década de 70 viajando até a Turquia como mochileiro. Tudo
começou a dar certo em 1977, quando Adams conhece Simon Brett, que tinha
conexões com a BBC. Os dois começaram a produzir um programa que misturasse
humor com ficção científica para a rádio, e assim nasceu o Guia do Mochileiro das Galáxias. Além dos dois já citados, Adams
teve mais trabalhos em sua carreira, como por exemplo colaborar e escrever um
livro para a série Doctor Who e
também a saga Dirk Gently. Adams
morreu aos 49 anos, em 2001, após sofrer um ataque cardíaco.
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