Olá pessoal, finalmente depois de muito tempo o quadro está de volta, e hoje, nós vamos falar do álbum Todos os Tempos, da Cachorro Grande, lançado em Junho de 2007, sendo o quarto álbum de estúdio da banda gaúcha, sucedendo o sucesso Pista Livre, do ano de 2005, com a missão de não deixar a peteca cair.
Colhendo os louros do sucesso:
A banda nesse período de 2005 pra 2007 passou por seu melhor período comercial, tendo a oportunidade de uma exposição bem maior na TV, tocando no Acústico de bandas gaúchas da MTV e no Show da Virada da Globo em 2005. Outro exemplo de coisas que eles fizeram foi uma propaganda para o globoesporte.com (junto com vários outros artistas bombados da época como Tianastácia e o Lucas Silveira, do Fresno) em que Beto Bruno aparecia como torcedor do Internacional, que não acrescentou muito a banda, mas como é bem tosquinho, acho que vale a pena ser compartilhado.
Os antecedentes do álbum:
Mesmo com todo o sucesso chegando, não quer dizer que a banda deixou de trabalhar. Já no meio do ano de 2007, a banda se preparava para lançar o seu novo álbum, e trabalharam duro em divulgação, usando de uma maneira nova na época para se divulgar que era disponibilizar as faixas para ser compradas na internet um mês antes do lançamento nas lojas (inclusive foi uma das primeiras bandas a fazer isso) e junto a isso, eles também fizeram um site com o nome do álbum, mostrando detalhes de produção e curiosidades sobre as músicas (infelizmente esse site hoje não está mais no ar), mostrando toda a força que a Deckdisk deu pra eles, agora vamos falar do álbum em si.
Todos os Tempos foi um álbum que acentuou mais e mais a evolução musical da Cachorro Grande, que deixou mais de lado o som mais agressivo dos primeiros trabalhos, trocando por um som mais elaborado, mais melódico, flertando com o britpop, fazendo eles ganharem cada vez mais a alcunha de Oasis Brasileiro, mas aparentemente isso não é uma coisa que incomodou Beto Bruno, já que ele chegou a declarar que "foi por álbuns assim que eu quis virar músico" então será que podemos dizer que esse é o melhor álbum deles? Vamos descobrir:
O álbum:
Você Me Faz Continuar: Uma música simples e fácil, uma baladinha romântica que é fácil de se curtir. É um bom início para o álbum, fazendo meio que um link com o último álbum da banda, que tinha algumas músicas com essa pegada, como Sinceramente. É uma das músicas mais reconhecidas desse álbum, mas eu não sou muito fã, mesmo não achando uma música ruim.
Conflitos Existenciais: Música com pegada totalmente fiel ao trabalho raiz da Cachorro Grande, com Beto Bruno gritando o mesmo que no primeiro álbum, uma faixa que poderia facilmente fazer parte dos dois primeiros trabalhos da banda e ninguém ia notar a diferença.
Roda Gigante: A MELHOR MÚSICA DO ÁLBUM (de longe)! Roda Gigante entra facilmente no top 5 de melhores músicas da Cachorro Grande (o que aliás é uma boa ideia para o futuro), é uma música que bebeu um pouquinho de Neil Young (até um riff de uma de suas músicas) mas nada que diminua a grandeza dessa música, que fala sobre uma viagem de LSD, e que nos leva também para uma viagem (sem os alucinógenos, é claro) com a voz leve do Beto Bruno alinhado ao riff.
Sandro: Outra música boa que não é a minha favorita, mas uma coisa que deu pra perceber é que o riff inicial é uma cópia cagada e cuspida de uma música da banda Bouncing Souls, que é uma banda Punk muito boa inclusive, só que não é exatamente uma banda conhecida, então eu me pergunto qual dos membros da Cachorro Grande que encontraram essa música ou se eles copiaram sem querer (acontecem nas melhores famílias isso de você ter uma ideia que você pensa ser original, mas você apenas copiou sem saber).
Deixa Fudê: Essa música é meio especial por ser a única música que foi cantada por Rodolfo Krieger, baixista da banda, que teve a oportunidade de mostrar seus talentos no vocal, e devo dizer que ele não foi mal, anos depois ele voltaria a explorar esse seu lado após lançar um single chamado Louvado Seja Deus (com participação de Arnaldo Baptista). Sobre a música em si, não tenho muito o que falar, boa, mas nada fora da curva.
Na Sua Solidão: Uma das inovações desse álbum. A música trás uma pegada diferente de tudo o que o Cachorro Grande fez até ali, com uma pegada mais folk, bebendo mais da fonte do Neil Young. Sem dúvidas uma surpresa bem vinda, ao desenrolar da música, você vai se apaixonando cada vez mais por sua melodia.
Hoje Meus Domingos Não São Mais Depressivos: Talvez a música mais obscura da banda (e quando eu digo obscura, eu digo no sentido de estranho) já que não é bem uma música, mas sim apenas um instrumental, mas mesmo assim esse instrumental é estranhamente satisfatório para mim, parecendo uma vinheta de Talk Show. Me faz pensar o motivo deles terem colocado isso no álbum, mas eu adorei mesmo assim, adorei esse instrumental e ele é um dos motivos que esse álbum cresceu tanto na meu conceito ao longo dos anos, e eu queria estar brincando.
Nunca Vai Mudar: Essa é a música sofrência do álbum, aquele tipo de música pra se ouvir quando se estiver na fossa pelo fim de um relacionamento, e é muito boa. Os tons de melancolia e de vazio vão crescendo junto com a voz de Beto Bruno, que vende muito bem os sentimentos de tristeza e fossa que essa música passa.
Quando Amanhecer: Outra música com foco em relacionamentos, mas dessa vez num encontro de uma noite só. Quando Amanhecer é uma música bem estruturada, lembra bastante um rock dos anos 60, algo dos Mutantes, dos Beatles, sem dúvidas uma ótima música que também trás um pouco de melancolia junto.
O Que Você Tem?: Um dos destaques do álbum na minha opinião. Uma música que fala sobre um encontro meio não planejado, essa música traz o Gross como vocal principal e o Beto Bruno fazendo o apoio. Com uma dinamicidade no riff, a música lembra um pouco Beatles e Rolling Stones, e as referências acrescentaram, deixando a faixa mais rica, deixando a mais interessante.
Nada Pra Fazer: Outra música bem sofrência, que tenta forçar mais o sentimento de tristeza do que Nunca Vai Mudar, mas acabou que não conseguiu, mas o que não tira nada da música, continua boa, mas se for pra ouvir uma música pra sofrer, eu prefiro ouvir Nunca Vai Mudar que consegue tocar mais na ferida quando a gente precisa.
O Certo e o Errado: Uma música nova que foi retirada exatamente do segundo álbum, com guitarradas e gritarias mais acentuadas, pra mim não deveria ter fechado o álbum, poderia ter entrado antes para que Nada Pra Fazer derrubasse o ânimo para mandar o pessoal pra casa, mas fazer o quê?
Nota do álbum: 8,5/10: Um álbum que demonstra um amadurecimento da banda, um som mais leve e mais elaborado, que tem vários pontos positivos que acabam se sobrepondo nos negativos (que são bem poucos mesmo) trazendo a ideia de evolução e experimentação da banda, tema que seguiria bem forte no próximo álbum, que será revisto por mim no próximo post.
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